|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES
O Brasil e o Banco Mundial
O BRASIL termina o ano de
2007 em boa situação, ao
mesmo tempo em que o
mundo vive momentos de apreensão.
O desempenho brasileiro foi positivo em vários aspectos. A economia cresceu 5%. O país gerou quase
dois milhões de empregos. A renda
dos mais pobres melhorou. A inflação ficou na casa dos 4%. As exportações atingiram cerca de US$ 160
bilhões. As reservas internacionais
subiram para US$ 180 bilhões. E o
Brasil foi classificado pelo Banco
Mundial entre as seis maiores economias do mundo.
O sucesso alcançado refletiu os
esforços persistentes do governo
brasileiro desde 1994 e também a
pujança da economia mundial. Os
produtos exportados, de um modo
geral, gozaram de boa cotação no
mercado internacional. E a sua demanda foi crescente.
A apreensão reinante decorre da
doença que acometeu o centro nervoso da economia mundial. Afinal,
os Estados Unidos respondem por
quase 30% do PIB e mais de 40%
das compras do mundo.
Nos últimos tempos, a economia
americana apresentou um excelente desempenho, crescendo ao
redor de 4% ao ano. Em 2007, porém, a crise do setor imobiliário gerou perdas de grande monta. Basta
atentar para o fato de os bancos
centrais da Europa, da America e
do Japão terem injetado centenas
de bilhões de dólares no sistema de
crédito. É assim mesmo. Num
mundo globalizado, as doenças se
espalham rapidamente.
Oxalá as medidas tomadas consigam conter uma recessão nos Estados Unidos. Sim, porque se o país
não crescer ou crescer 1% ou 2%,
isso provocará um esfriamento em
todo o mundo no ano de 2008.
É lamentável verificar que a economia real -dos que produzem e
dos que consomem- tenha sido
golpeada pela audácia dos que especulam. A concessão de crédito
sem lastro, baseada em expedientes artificiais, levou milhares de cidadãos americanos a comprar mais
do que podiam pagar. Na hora de liquidar a conta, eles perderam seus
imóveis e, de certa forma, transferiram o problema para o sistema de
crédito.
Jogadas desse tipo precisam ser
mais bem vigiadas pelas autoridades monetárias. Espero que novas
regras sejam implantadas para impedir aventuras desse tipo que, no
fundo, prejudicam quem trabalha
seriamente na construção de seus
países.
Tenho fé em dias melhores. Se o
mundo financeiro fizer a sua lição
de casa, 2008 será um ano ainda
mais favorável do que 2007. Feliz
Ano Novo a todos os meus leitores.
antonio.ermirio@antonioermirio.com.br
ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES escreve aos
domingos nesta coluna.
Texto Anterior: Rio de Janeiro - Carlos Heitor Cony: 2007 Próximo Texto: Frases
Índice
|