|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PAINEL DO LEITOR
O "Painel do Leitor" recebe colaborações por e-mail (leitor@uol.com.br), fax (0/xx/11/3223-1644) e correio (al.Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo-SP, CEP 01202-900). As mensagens devem ser concisas e conter nome completo, endereço e telefone. A Folha se reserva o direito de publicar trechos.
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Circo dos horrores
"É inadmissível que a Prefeitura
de Teresina (PI) ofereça, com a
maior naturalidade e cinismo, barro para os desabrigados reconstruírem suas choças ("Teresina dá barro
para flagelado reerguer casa", Cotidiano, 25/5). Enquanto isso, parlamentares recebem R$ 3.800 por
mês como auxílio-moradia.
O Brasil virou mesmo um circo
dos horrores."
LUIZ ANTONIO MOURA CASTRO (Bauru, SP)
"É um grande equívoco das autoridades atribuir aos fenômenos naturais a culpa por várias tragédias.
A barragem no Piauí já vinha dando indícios de comprometimento
de sua estrutura principal. Reparos
eram realizados sistematicamente
e havia uma preocupação sobre a
possibilidade de rompimento.
Não dá mais para aceitar que a
previsão meteorológica atrelada à
tomada de decisões não seja considerada em situações de risco. Alguns dias antes da tragédia, foi tomada a decisão de retorno da população para as áreas consideradas de
risco. Foi essa população que morreu, se feriu e perdeu o que tinha.
Responsabilidade de convivência
com o risco é isto: acompanhamento técnico permanente, monitoramento da situação, implantação de
níveis de alerta, definição de responsabilidades e decisões e ações
rápidas.
A chuva não é a responsável, é o
agente deflagrador."
JOSÉ LUÍS RIDENTE JÚNIOR, geólogo
(São Paulo, SP)
Educação
"Há anos os problemas do ensino
público têm sido denunciados por
professores. Mas eles não tiveram
repercussão nenhuma. Bastou a
imprensa divulgar problemas envolvendo material didático inadequado para alunos para que alguns
setores, e a própria imprensa, percebessem que há algo errado na
educação de São Paulo.
Parece que não são só os professores os "incompetentes".
Até agora, o Estado de São Paulo
só dialogou com a imprensa. Quando houver diálogo com os professores talvez possamos começar a resolver as questões que realmente
interessam."
MARA CHAGAS (São Paulo, SP)
"Li no caderno Cotidiano de ontem o texto "Professores estaduais
de SP decidem entrar em greve".
Até concordaria com o projeto de
lei complementar do governo do
Estado que afirma que os professores, após aprovados em concurso
público, devem ter um curso de formação de quatro meses, período esse em que receberão apenas 75%
dos seus salários.
Mas, desde que,
para que possam assumir seus cargos, os políticos eleitos tenham que
passar por uma escola de aptidão
psicológica, administrativa, política
e, por que não?, ética. Que tal?"
MÁRCIO ALEXANDRE DA SILVA (Assis, SP)
"No momento em que o censo da
educação básica aponta a deficiência na formação dos professores como um dos principais problemas
que afetam o setor, as universidades públicas estaduais se preparam
para oferecer curso à distância para
formar... professores.
Se o objetivo for oferecer certificados de curso universitário em
massa, a medida é adequada, pois
vai substituir a solução do problema pela melhoria da estatística.
Mas, se for para sanar o quadro detectado pelo censo, é inadequada,
pois, a despeito da maior facilidade
de acesso oferecido pelo ensino a
distância, as dificuldades de ensino
e de aprendizagem observadas na
modalidade presencial apenas se
agravarão no ensino à distância,
justamente pela falta da vivência
num ambiente acadêmico e cultural adequado.
Mais uma vez o governo faz o
diagnóstico certo, mas receita o
remédio errado."
JAIR PINHEIRO, professor do Departamento de
Ciências Políticas e Econômicas da Unesp
(Marília, SP)
Oriente Médio
"Parabéns à Folha pelo lúcido
editorial "Israel persiste no erro"
(Opinião, ontem).
A solução para as injustiças no
Oriente Médio passa necessariamente pela criação do Estado Palestino e pelas concessões que o Estado de Israel tem de fazer, exatamente o oposto do que prega o
premiê israelense.
Da atitude dos EUA na questão
dependerá a paz ou a guerra entre
árabes e judeus. A posição americana tem sido correta, pressionando
os israelenses para que parem com
assentamentos na Cisjordânia."
SÉRGIO ANTÔNIO BARÃO (São Paulo, SP)
Milícias
"A cada vez maior percepção do
grau que atingiu o problema das milícias aqui no Rio, conforme apontam investigações sobre essa tragédia, exige séria reflexão por parte de nossos governantes.
Como se permitiu chegar a esse
ponto, onde um estado informal e
violento se infiltra nas estruturas
do Estado instituído?
A resposta a essa questão deve
servir para orientar as políticas públicas que deveremos adotar para
não vermos o Estado de Direito, tão
duramente conquistado, ser destruído pelo polvo de máfias que
ameaça os Poderes do país."
JOSÉ DE ANCHIETA NOBRE DE ALMEIDA
(Rio de Janeiro, RJ)
Sindicatos
"O artigo "Sindicato único sem filiados" ("Tendências/Debates", 29/5), de Otavio Brito e Ricardo Britto
Pereira, não apresenta, de forma racional e convincente, os argumentos que os levam a defender o fim da
unicidade sindical e da contribuição obrigatória.
Ao que parece, os
articulistas se esqueceram de dizer
que ambas as propostas, em vez de
beneficiar os trabalhadores, só favorecem o setor patronal.
A contribuição é fonte necessária
de sustentação financeira do sindicalismo. A sua manutenção é fundamental para a existência dos sindicatos, entidades essenciais para o funcionamento adequado das democracias. Acabar com ela é reduzir
a nada as ações sindicais.
Da mesma forma, a unicidade impede a divisão dos trabalhadores,
como querem os empresários.
Não podemos, em meio a esse debate, criar dicotomias, cenários necessariamente excludentes. A existência de deficiências no sindicalismo brasileiro demanda uma ampla
discussão em toda a sociedade, com
o intuito de corrigi-las, mas não é
motivo para propor a sua extinção,
como parecer querer aqueles que
defendem o fim da contribuição
obrigatória e da unicidade.
Com medidas assim, perde o trabalhador, perde a sociedade e perde
a democracia."
DENILSON GONÇALVES CAJAZEIRO
(Belo Horizonte, MG)
Rouanet
"Enfim alguém teve o bom senso
de modificar a Lei Rouanet.
Que a lei serve ao seu propósito
de incentivar projetos culturais é
indiscutível. Mas é preciso chamar
a atenção para uma falha grave, que
é a dedução de 100% no IR.
As empresas que protestaram,
ameaçando baixar os investimentos, deveriam ser menos hipócritas,
pois vêm se aproveitando da lei para fazer propaganda às custas do dinheiro que seria recolhido integralmente pelo IR.
Quando o abatimento for de 50%,
por exemplo, veremos realmente
quem são os verdadeiros interessados em incentivar a cultura do
nosso país."
NATAL LUCIANO DE GODOI (Indaiatuba, SP)
Leia mais cartas na Folha Online
www.folha.com.br/paineldoleitor
Serviço de Atendimento ao Assinante: 0800-775-8080
Grande São Paulo: 0/xx/11 3224-3090
www.cliquefolha.com.br
Ombudsman: 0800-15-9000
ombudsman@uol.com.br
www.folha.com.br/ombudsman
Texto Anterior: Teixeira Coelho: A Bienal e o sistema da arte
Próximo Texto: Erramos Índice
|