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VANDALISMO BANCÁRIO
A depredação , em uma mesma madrugada, de 28 agências
do Unibanco na cidade de São Paulo
não pode ficar impune. Mais, a leniência, a incompetência ou a demora das investigações policiais seriam
combustível para que esse tipo de
ação se repetisse. E São Paulo necessita urgentemente oferecer segurança a seus cidadãos. Não pode permitir a abertura de um novo campo de
inquietação.
O caráter organizado da ação, por
todos os ângulos inaceitável, é nitidamente terrorista. Seus perpetradores se valeram do esconderijo da noite para atacar. Em todos os casos, pequenas esferas de metal foram usadas para estilhaçar portas de vidro
desses postos de atendimento.
Identificar o bando organizado que
planejou e realizou os atos de vandalismo não deve ser difícil. O Unibanco se prontificou a ceder às autoridades imagens captadas por seu circuito interno de TV. É virtualmente impossível que não haja testemunhas
para uma ação que se deu em 28 pontos distintos de uma cidade do porte
de São Paulo. O sindicato dos bancários, que empreende campanha salarial no momento, de pronto negou
qualquer vinculação com os ataques.
Um ato como esses ameaça acrescentar nova dose de insegurança ao
já aflito cotidiano do cidadão paulistano. A cidade já contabiliza como
rotina os homicídios múltiplos que
todo fim de semana ocorrem na periferia; os chamados "sequestros relâmpagos", que não raro tiram a vida
de motoristas; o trânsito engarrafado e também assassino. Quem tem
mais renda se encastela em fortalezas e cada vez mais se locomove em
veículos blindados. Os pobres, que
habitam os locais mais violentos, ficam entregues à própria sorte.
A ação rápida e firme dos policiais é
necessária para evitar que a essa já
inaceitável rotina se acrescente mais
um elemento, um pastiche de terrorismo que pretende disseminar o
medo para atingir seus objetivos.
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