São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2001

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VANDALISMO BANCÁRIO

A depredação , em uma mesma madrugada, de 28 agências do Unibanco na cidade de São Paulo não pode ficar impune. Mais, a leniência, a incompetência ou a demora das investigações policiais seriam combustível para que esse tipo de ação se repetisse. E São Paulo necessita urgentemente oferecer segurança a seus cidadãos. Não pode permitir a abertura de um novo campo de inquietação.
O caráter organizado da ação, por todos os ângulos inaceitável, é nitidamente terrorista. Seus perpetradores se valeram do esconderijo da noite para atacar. Em todos os casos, pequenas esferas de metal foram usadas para estilhaçar portas de vidro desses postos de atendimento.
Identificar o bando organizado que planejou e realizou os atos de vandalismo não deve ser difícil. O Unibanco se prontificou a ceder às autoridades imagens captadas por seu circuito interno de TV. É virtualmente impossível que não haja testemunhas para uma ação que se deu em 28 pontos distintos de uma cidade do porte de São Paulo. O sindicato dos bancários, que empreende campanha salarial no momento, de pronto negou qualquer vinculação com os ataques.
Um ato como esses ameaça acrescentar nova dose de insegurança ao já aflito cotidiano do cidadão paulistano. A cidade já contabiliza como rotina os homicídios múltiplos que todo fim de semana ocorrem na periferia; os chamados "sequestros relâmpagos", que não raro tiram a vida de motoristas; o trânsito engarrafado e também assassino. Quem tem mais renda se encastela em fortalezas e cada vez mais se locomove em veículos blindados. Os pobres, que habitam os locais mais violentos, ficam entregues à própria sorte.
A ação rápida e firme dos policiais é necessária para evitar que a essa já inaceitável rotina se acrescente mais um elemento, um pastiche de terrorismo que pretende disseminar o medo para atingir seus objetivos.


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