BRASÍLIA - Nove entre dez marqueteiros de pré-candidatos governistas ao Planalto dizem que será fácil fazer uma propaganda contra Luiz Inácio Lula da Silva na campanha presidencial do ano que vem.
A propaganda exaltaria as conquistas do governo FHC (estabilidade da moeda, sobretudo), diria que falta muito a fazer e falaria sobre a necessidade de avançar. No final, uma pergunta: "Você deseja que o avanço seja comandado pelo partido que tem hoje o pior governador e a pior prefeita do país?".
O "pior governador" e a "pior prefeita" seriam, na visão dos marqueteiros governistas, o gaúcho Olívio Dutra e a paulistana Marta Suplicy, respectivamente.
Há um evidente exagero em classificar Olívio e Marta como os piores do Brasil. Embora seja inegável que ambos comandam gestões problemáticas, com baixa aprovação.
Agora surgiu o escândalo do suposto envolvimento do PT com o jogo do bicho no Rio Grande do Sul. O partido enfrenta uma de suas maiores provas. Terá de apresentar uma solução rápida, eficiente e que convença a opinião pública.
O resultado da estratégia escolhida pelo PT gaúcho é uma incógnita. A sigla decidiu atacar o tesoureiro de Olívio Dutra, que numa conversa gravada, dizendo-se representante do governador, sugeriu que a polícia devesse usar menos rigor na repressão ao jogo do bicho. A linha de defesa petista é desqualificar o tesoureiro e proteger Olívio.
Mesmo que essa versão para o fato perdure até a eleição de 2002, fica no ar a impressão de que pode estar em curso um processo de "similarização" do PT a outras siglas. Pelo menos, no imaginário popular -o que é péssimo para os petistas.
O desafio do PT é estancar essa possível perda de imagem. A ação poderia começar pelos seus governantes, na hora de escolherem assessores mal preparados. Um defeito tão criticado pelo PT em outros partidos.



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