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Progresso no IPTU
CASO RARO de rebelião na base governista foi registrado
na Câmara Municipal de
São Paulo nesta semana. Vereadores do DEM -partido do próprio prefeito Gilberto Kassab-
retiraram-se do plenário no momento em que seria votado um
projeto de lei apoiado pela atual
administração.
Trata-se de iniciativa do vereador José Police Neto (PSDB), líder do governo na Câmara,
criando importante mecanismo
de combate à especulação imobiliária. Pelo projeto, imóveis com
mais de 250 m2 que estiverem
abandonados ou subutilizados
terão dobrada, a cada ano, a alíquota do Imposto Predial e Territorial Urbano, até o limite de
15% do valor do imóvel. Caso se
mantenha sem utilização no
prazo de cinco anos, o imóvel poderá ser desapropriado, em troca
de títulos da dívida municipal.
Ainda que qualquer investida
tributária suscite justificadas resistências da população, a ideia
de um IPTU progressivo no tempo, para imóveis desocupados,
não merece o inusitado boicote
da base kassabista.
O propósito arrecadatório da
proposta deveria ser compensado por outras desonerações tributárias, mas a importância da
taxação progressiva no tempo
para a ocupação racional do espaço urbano é inconteste.
O IPTU progressivo tem o
efeito de assegurar o melhor
aproveitamento de áreas que já
contam com boa estrutura de
transportes, iluminação e serviços. Não só inibe a posse especulativa do terreno, como também
contribui para reverter a degradação de certas áreas da cidade.
Com apoio de vereadores do
governo e da oposição, o projeto
só não foi aprovado pela defecção de alguns kassabistas. Volta
ao plenário na próxima semana;
e, se vale o trocadilho, é de desejar que esses setores da base governista não se disponham, novamente, a abandonar o terreno.
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