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A AGENDA EXTERNA
A agenda interna do governo
Luiz Inácio Lula da Silva já foi
analisada pelos mais diversos ângulos, e parece haver consenso de que
lhe reserva dificuldades severas. Não
é diferente da agenda externa: o Brasil, no período Lula, enfrentará um
conjunto de negociações comerciais
certamente inédito.
Negociações com os parceiros do
Mercosul para tentar ressuscitar o
bloco. Negociações com os países
americanos para a formação da Alca
(Área de Livre Comércio das Américas). Negociações com os países europeus para constituir uma zona de
livre comércio entre o bloco europeu
e o Mercosul. Negociações planetárias no âmbito da OMC (Organização Mundial de Comércio).
Como se fosse pouco, o novo governo pôs na agenda a hipótese de
uma negociação bilateral com os Estados Unidos.
A agenda de todas e de cada uma
dessas negociações não é nova. Vem
do governo Fernando Henrique Cardoso, que deixou tudo praticamente
em aberto para que a nova administração pudesse adotar as prioridades
que julgar convenientes.
O que, sim, é novo é o fato de o
chanceler designado, Celso Amorim, ter antecipado à Folha que o governo Lula não quer que as negociações externas impeçam a adoção de
políticas de desenvolvimento (mencionou especificamente políticas industriais e de saúde).
A ser levada avante essa perspectiva, a agenda negociadora, já de si
complexa, torna-se um formidável
desafio, porque a pressão externa
-e por parte de países poderosos-
é toda ela no sentido oposto.
Reconhecido o tamanho do desafio, é importante reconhecer também que do êxito do governo nessa
tarefa externa dependerá boa parte
do seu sucesso interno.
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