São Paulo, terça-feira, 31 de dezembro de 2002

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A AGENDA EXTERNA

A agenda interna do governo Luiz Inácio Lula da Silva já foi analisada pelos mais diversos ângulos, e parece haver consenso de que lhe reserva dificuldades severas. Não é diferente da agenda externa: o Brasil, no período Lula, enfrentará um conjunto de negociações comerciais certamente inédito.
Negociações com os parceiros do Mercosul para tentar ressuscitar o bloco. Negociações com os países americanos para a formação da Alca (Área de Livre Comércio das Américas). Negociações com os países europeus para constituir uma zona de livre comércio entre o bloco europeu e o Mercosul. Negociações planetárias no âmbito da OMC (Organização Mundial de Comércio).
Como se fosse pouco, o novo governo pôs na agenda a hipótese de uma negociação bilateral com os Estados Unidos.
A agenda de todas e de cada uma dessas negociações não é nova. Vem do governo Fernando Henrique Cardoso, que deixou tudo praticamente em aberto para que a nova administração pudesse adotar as prioridades que julgar convenientes.
O que, sim, é novo é o fato de o chanceler designado, Celso Amorim, ter antecipado à Folha que o governo Lula não quer que as negociações externas impeçam a adoção de políticas de desenvolvimento (mencionou especificamente políticas industriais e de saúde).
A ser levada avante essa perspectiva, a agenda negociadora, já de si complexa, torna-se um formidável desafio, porque a pressão externa -e por parte de países poderosos- é toda ela no sentido oposto.
Reconhecido o tamanho do desafio, é importante reconhecer também que do êxito do governo nessa tarefa externa dependerá boa parte do seu sucesso interno.


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