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Pimentel não tem de se explicar ao Congresso, diz Dilma

Para presidente, ministro não precisa prestar satisfação sobre sua vida privada, apenas sobre assuntos de governo

Base aliada conseguiu derrubar ontem convite para que Pimentel desse esclarecimentos sobre suas consultorias

FELIPE BÄCHTOLD
DE PORTO ALEGRE

A presidente Dilma Rousseff disse ontem em Porto Alegre que o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) não tem obrigação de ir ao Congresso falar sobre seus ganhos como consultor antes de entrar no governo.

Ontem, a base governista derrubou um convite para que ele falasse em comissão do Senado sobre suspeitas de tráfico de influência. O mesmo aconteceu com pedido de convocação na Câmara.

Na semana passada, reportagem do jornal "O Globo" afirmou que o ministro recebeu pelo menos R$ 2 milhões com sua empresa de consultoria em 2009 e 2010.

"O governo só acha o seguinte: é estranho que o ministro preste satisfações ao Congresso da vida privada, da vida pessoal passada dele", disse Dilma.

"Se ele achar que deve ir [ao Congresso], ele pode ir. Se ele achar que não deve ir, ele não vai", acrescentou.

Para a presidente, o ministro só seria "obrigado" a se manifestar a deputados e senadores sobre "assuntos do governo".

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) já havia afirmado que Pimentel tem "apoio" da presidente e que há "convicção" de que tem prestado todos os esclarecimentos.

Dilma deu as declarações em Porto Alegre, onde entregou retroescavadeiras para 126 prefeituras, anunciou a construção de uma ponte e lançou um serviço para cooperativas agrícolas.

Na mesma ocasião, ao ser questionada por jornalistas sobre quem será indicado para ministro do Trabalho, cargo ocupado pelo interino Paulo Roberto dos Santos Pinto desde a saída de Carlos Lupi, ela pediu "calma".

A reforma ministerial deve ocorrer em janeiro.

LULA

Dilma também falou ontem sobre a doença do ex-presidente Lula. Disse que a evolução do tratamento dele mostra que o câncer é "cada vez mais derrotável".

Ela contou que conversou com Lula anteontem, quando foi divulgado que o tumor na laringe do ex-presidente regrediu 75% com as sessões de quimioterapia.

Segundo ela, Lula estava "muito feliz" e com "um otimismo fantástico". A presidente falou também que o resultado do tratamento está "acima da expectativa" para os médicos.

Ela lembrou de quando se submeteu a um tratamento contra um câncer linfático, há dois anos, e superou a doença: "Eu sou um caso, o presidente Lula é outro e tem tantas outras pessoas".

Durante evento no cais do porto, em Porto Alegre, enquanto discursava, servidores federais do Judiciário fizeram um apitaço em protesto por reajuste salarial.

Dilma permanece em Porto Alegre até hoje, dia em que completa 64 anos, para compromissos pessoais

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