PF investigará delegados que criticaram o PT
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ordenou que a Polícia Federal abra uma sindicância para investigar delegados que criticaram o PT em uma rede social e compartilharam reportagens relativas à Operação Lava Jato, que apura esquema de corrupção na Petrobras.
Reportagem de "O Estado de S. Paulo" desta quinta-feira (13) revelou que delegados federais envolvidos na Lava Jato usaram a rede social durante a campanha eleitoral deste ano para elogiar Aécio Neves (PSDB) e criticar a presidente Dilma Rousseff e seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva.
A reportagem do "Estado" cita os delegados Igor Romário de Paula, Marcio Anselmo, Maurício Grillo e Erika Mialik Marena, que trabalham na Polícia Federal no Paraná. As manifestações foram feitas em perfis fechados do Facebook. Num deles, Lula foi chamado de "anta".
Cardozo disse ter pedido ao diretor-geral da PF, Leandro Daiello, a abertura de uma sindicância para apurar o que ocorreu.
A assessoria da PF não se manifestou até a conclusão desta edição.
Segundo Cardozo, apesar de a liberdade de expressão ser uma garantia constitucional, funcionário público tem que agir com imparcialidade e impessoalidade, não sendo admissível que investigações do órgão sejam "partidarizadas".
"Todos os cidadãos têm direito assegurado pela Constituição de liberdade de expressão. Não importa se é favorável ao partido A, B ou C ou contrária a um governo. O servidor público, porém, tem de se pautar pela imparcialidade no exercício de sua função", disse o ministro.
Indagado se as manifestações dos delegados poderiam comprometer a Lava Jato, o ministro evitou responder e afirmou que é preciso aguardar o resultado da sindicância.