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Empresa de filiado ao PSB recebeu verba antienchente

Desta vez, recursos de ministério foram repassados por Pernambuco

Beneficiado é amigo do ministro da Integração e do governador; Estado e empresário negam ter havido favorecimento

CATIA SEABRA
LEANDRO COLON
DE BRASÍLIA

O governo de Pernambuco liberou R$ 6,7 milhões de recursos federais antienchentes para empresa de um aliado político do ministro Fernando Bezerra Coelho e do governador do Estado, Eduardo Campos (PSB).

A contratação se deu em caráter emergencial, sem licitação.

O dinheiro repassado pela Integração Nacional para o governo de Pernambuco aplicar em 41 cidades atingidas pela chuva foi parar na Projetec Projetos Técnicos, do empresário João Recena (que é filiado ao PSB).

Como a Folha revelou ontem, a Projetec também recebeu dinheiro diretamente da Integração, comandado desde janeiro de 2011 por Bezerra. O ministro foi indicado para o cargo por Campos, que é presidente nacional do PSB.

A empresa recebeu os R$ 6,7 milhões do Estado em 2010 e 2011 para gerenciar o trabalho de empreiteiras.

Uma investigação do TCU (Tribunal de Contas da União) apontou, no ano passado, suspeitas de irregularidades.

Na avaliação dos técnicos do tribunal, o volume de recursos à Projetec foi superestimado, "em desacordo com os critérios de eficiência e de economicidade que deveriam nortear a administração".

O governo nega irregularidade no contrato.

Bezerra não era ministro em 2010, quando Pernambuco contratou a Projetec, mas a mesma empresa faturou pelo menos R$ 10,3 milhões no seu primeiro ano de gestão na Integração.

Em dezembro passado, a empresa ganhou uma concorrência na Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba), subordinada ao Ministério, com o preço acima do que foi apresentado pelas outras concorrentes.

A Codevasf e a empresa negam favorecimento.

OUTRO LADO

A Projetec disse que não se manifestaria sobre os valores repassados pelo governo de Pernambuco. A empresa afirmou ainda desconhecer a auditoria do TCU e negou qualquer favorecimento político nos repasses.

A assessoria do governo de Pernambuco disse que a contratação foi feita por dispensa de licitação por questões emergenciais. "O governo teve o cuidado de estruturar processo de consulta pública, com ampla divulgação e transparência, não tendo havido qualquer contestação."

Outras duas empresas, segundo o governo, foram parceiras da Projetec e receberam valores parecidos. A Integração não se manifestou.

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