PF admite que notícia sobre prisões vazou antes
A Polícia Federal afirmou que houve vazamento de informações antes da deflagração da sétima fase da Operação Lava Jato, ocorrida na sexta-feira (14).
Batizada de "Juízo Final", a ação policial prendeu 23 suspeitos de participarem de um esquema de fraude em licitações na Petrobras.
O vice-presidente do grupo Engevix, Gerson Almada, recebeu uma mensagem por telefone às 21h45 da noite anterior à operação.
Um advogado da empresa informou: "Gerson, há boatos de que amanhã haverá uma operação da Polícia Federal no caso Lava Jato".
O delegado da PF Márcio Adriano Anselmo, responsável pela deflagração da operação, também informou à Justiça Federal, por ofício, que o presidente da empreiteira OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, com residência em São Paulo, viajou para Salvador (BA) um dia antes da data das prisões.
O delegado também disse que um grupo de policiais federais destacado para cumprir os mandados judiciais na sede da OAS em São Paulo foi surpreendido quando chegou, "de madrugada", e lá encontrou de prontidão três advogados da construtora.
A Polícia Federal também notou a presença de um repórter-fotográfico da Folha, que fazia o registro jornalístico da operação.
O advogado do executivo Gerson Almada, Fábio Simantob, afirmou que os rumores eram "generalizados" nos dias anteriores à operação.
A OAS afirma que os funcionários estavam em seu local de trabalho, inclusive advogados, no exercício de sua atividade profissional. A empresa aponta também que havia representantes da imprensa no local.