Procuradoria acusa agentes por crimes no Araguaia
Militares teriam matado e ocultado os cadáveres
O Ministério Público Federal no Pará denunciou dois militares sob a acusação de homicídio qualificado e ocultação de cadáver durante a Guerrilha do Araguaia.
Lício Ribeiro Maciel, 84, conhecido como Major Asdrúbal, foi acusado por três homicídios e ocultação de cadáver. Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o Major Curió, 76, por ocultação de cadáver.
A Guerrilha ocorreu entre 1968 e 75, quando militantes estabeleceram-se às margens do rio Araguaia, entre Pará, Maranhão e Tocantins para reunir camponeses para uma revolução socialista. Militares descobriram o plano e mataram dezenas de guerrilheiros.
Na atual denúncia, as vítimas são os guerrilheiros André Grabois, João Gualberto Calatrone e Antônio Alfredo de Lima, mortos numa emboscada em outubro de 1973.
Segundo o MPF, as mortes são qualificadas por motivo torpe, com uso de violência, abuso de autoridade e do aparato estatal. Os procuradores pedem o cancelamento das aposentadorias dos militares, além do pagamento de danos às famílias das vítimas.
Os advogados dos militares classificaram a acusação de "estapafúrdia", com o argumento de que a Lei da Anistia extinguiu a punibilidade de agentes de Estado por crimes cometidos na ditadura.