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Governo pode reduzir corte para menos de R$ 55 bi

Congelamento cogitado nas despesas federais de 2012 era de R$ 60 bilhões

Auxiliares de Dilma defendem menor aperto como forma de não afetar meta de crescimento econômico

NATUZA NERY
SHEILA D’AMORIM
DE BRASÍLIA

Os negociadores do corte das despesas orçamentárias de 2012 já falam em um bloqueio de recursos dos ministérios igual ou menor a R$ 55 bilhões.

A última palavra será dada pela presidente Dilma Rousseff. Autoridades que participam das discussões dizem que um bloqueio de R$ 60 bilhões, como vinha sendo cogitado, seria um empecilho muito severo à expansão do PIB (Produto Interno Bruto).

O montante de R$ 60 bilhões foi defendido pelo Tesouro como forma de assegurar a manutenção do controle das contas federais.

Alguns auxiliares próximos de Dilma, no entanto, veem um bloqueio de R$ 55 bilhões como limite. O número, argumentam, carrega uma boa margem de segurança caso receitas extras não se confirmem.

Dentro do Ministério da Fazenda, há quem considere um corte da ordem de R$ 45 bilhões o piso desse cálculo.

Os defensores dessa tese ressaltam que esse patamar envolve algum grau de risco de não se cumprir a meta de 3,1% do superavit primário (economia para pagamento da dívida), já que o montante leva em conta receitas que a equipe econômica ainda não tem absoluta certeza que virão ao longo de 2012.

Nesse caso, o governo teria que usar o artifício de abater do cálculo despesas com obras previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

O governo sabe que a marca dos R$ 45 bilhões, se for confirmada, trará questionamentos no mercado financeiro sobre a capacidade do Executivo de honrar seus compromissos fiscais.

"Se optar por um corte menor de R$ 45 bilhões, ficará claro que o governo está confiante que contará com receitas extraordinárias, seja de novas concessões ou de dividendos de estatais", afirma o especialista em contas públicas Mansueto Almeida. "E isso é um risco grande".

Dilma ordenou a sua equipe econômica que encontre meios de acelerar o crescimento e, para isso, conta com investimentos públicos e privados.

Na avaliação do Executivo, a pressão inflacionária em 2012 tende a ser menor e, por isso, há espaço para estimular a expansão do PIB. O maior incentivo tem vindo da redução dos juros.

O Banco Central praticamente se comprometeu a fixar a taxa que serve de referência para a economia num valor abaixo de 10%. Hoje ela está em 10,5%. Mas, para isso, o BC conta com o cumprimento da meta fiscal de 3,1% sem abatimento de despesas com investimentos.

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