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Serra prefere Dilma a Aécio, diz Kassab ao PT

Segundo Rui Falcão, prefeito afirmou que tucano não apoiará ex-governador em 2014

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA

Numa das diversas conversas mantidas entre Gilberto Kassab (PSD) e dirigentes petistas nos últimos meses, o prefeito de São Paulo fez uma confidência para o presidente nacional do PT, Rui Falcão.

"Eu tive um contato com ele [Kassab] no ano passado", diz Falcão. Na ocasião, segundo o relato do petista, Kassab declarou: "Eu acho que o Serra não vai mais ser candidato a presidente da República (...). Para a [presidente] Dilma, a melhor coisa que poderia acontecer é o Serra prefeito de São Paulo. Porque se tiver Dilma e Aécio [Neves, do PSDB], Serra é Dilma [na disputa presidencial de 2014]".

Falcão fez esse relato ontem, em entrevista à Folha e ao UOL. Em 2011, quando ouviu a análise de Kassab, o presidente do PT afirma ter recebido a previsão com ceticismo. "Eu brinquei. Falei: 'Conta a do português agora'".

Ao revelar o conteúdo de sua conversa com Kassab, o presidente do PT faz uma intriga pública que já é há tempos ouvida nos bastidores da sucessão paulistana.

Demonstra também que a cúpula petista tentará desqualificar politicamente o prefeito.

Adversário desde o início da aliança do PT com Kassab em São Paulo, Falcão diz que o relacionamento recente da direção petista com o prefeito foi só institucional.

"Ele é presidente de um partido."

Como Kassab nessas conversas com o PT sempre reafirmava que apoiaria Serra se o tucano decidisse concorrer à sua sucessão, Falcão acha que tudo foi já estava previamente acertado.

"Ele [Serra] formalizou algo que nós já esperávamos. Esse roteiro é mais que previsível. Durante um tempo ele diz que não é candidato. No momento seguinte, é procurado por lideranças do seu partido. Diz que vai pensar. Em seguida, confirma o que já se sabia anteriormente".

Falcão acha que a eleição paulistana será em parte nacionalizada, como sempre tem sido.

Nesse caso, afirma que o PT gostará de debater o tema das privatizações.

O petista diz haver diferenças entre a venda de empresas estatais e o modelo adotado pelo governo Dilma, de apenas fazer concessão para a iniciativa privada atuar em alguns setores.

Sobre assuntos polêmicos, Falcão reafirmou que o PT tem em suas diretrizes a descriminalização do aborto, mas que esse não é um tema central para o partido defender no Congresso Nacional.

Indagado sobre a hipótese de o PT apoiar a candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) em São Paulo, Falcão disse que essa foi uma ideia "infeliz" do líder petista na Câmara, Jilmar Tato.

FOLHA.com
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