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Presidente da Previ pagou casa com dinheiro vivo

Dirigente de fundo de pensão afirma que tomou R$ 190 mil emprestados de empresário

ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

O presidente da Previ, Ricardo Flores, usou R$ 190 mil em dinheiro vivo para comprar uma casa em Brasília em 2010. Flores afirma que tomou o dinheiro emprestado de um empresário conhecido, que negou a informação.

Funcionário de carreira que chegou à vice-presidência do Banco do Brasil, Flores assumiu em junho de 2010 a Previ, fundo de pensão dos funcionários do banco, que tem ativos de R$ 150 bilhões.

Depois, comprou a casa de uma dentista por R$ 1,65 milhão. Na semana passada, Flores disse à Folha que pagou R$ 900 mil com um empréstimo da Previ e R$ 750 mil com recursos "disponíveis". Flores ganha R$ 50 mil bruto por mês.

A dentista Angela Françolin disse que parte do pagamento foi feito em espécie. "Fui um dia, à tarde, buscar na imobiliária. O dinheiro estava num envelope pardo."

Questionado sobre isso, o presidente da Previ disse que, para completar sua parte, tomou R$ 190 mil emprestados de um empresário e repassou os recursos em espécie a pedido da dona da imobiliária que intermediou a transação.

Segundo documentos que Flores exibiu à Folha, o empresário é Jorge Ferreira, dono de restaurantes em Brasília e amigo de políticos do PT.

Ferreira disse conhecer Flores, mas afirmou que nunca emprestou dinheiro a ele. "Nunca. Para o presidente da Previ? Me tira disso." Procurado novamente ontem, Ferreira não quis dar entrevista.

O presidente do BB, Aldemir Bendine, também usou dinheiro vivo num negócio em 2010, quando pagou R$ 150 mil em espécie por um apartamento em São Paulo.

Flores e Bendine são protagonistas de uma disputa política que tem alimentado trocas de acusações.

Colaborou ÍTALO NOGUEIRA, do Rio

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