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Eleições 2012

Haddad participou de criação de taxas no governo Marta

Petista, que promete abolir cobrança por inspeção veicular, ajudou a aprovar tributos sobre lixo e iluminação em 2002

Pré-candidato busca criar vacina contra ataques sobre as taxas; ele afirma que não tinha poder de decisão na prefeitura

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

O pré-candidato Fernando Haddad (PT), que prometeu abolir a taxa de inspeção veicular em São Paulo, ajudou a criar as taxas do lixo e de iluminação na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy (2001-04).

Na época, ele também foi escalado para convencer os vereadores a aprovar os tributos, que levaram a oposição a apelidar a ex-prefeita Marta Suplicy de "Martaxa" e contribuíram para suas derrotas nas últimas eleições municipais.

Mestre em economia pela USP, Haddad participou da formulação da reforma tributária da gestão petista, aprovada no fim de 2002. Era chefe de gabinete do então secretário de Finanças, João Sayad.

Ao defender a criação dos tributos de Marta, o atual pré-candidato sustentava que "cobrar uma taxa por um serviço efetivamente prestado" era "socialmente correto e justo" por onerar apenas os usuários desse serviço, e não todos os contribuintes.

"É muito melhor (...) introduzir as taxas em correspondência com o serviço prestado do que ir em outra direção", disse em 2002, segundo transcrição de audiência nos arquivos da Câmara.

A decisão atual de prometer o fim da taxa de inspeção veicular foi tomada em reunião do comando da pré-campanha de Haddad com o publicitário João Santana, que fará sua propaganda eleitoral.

Os objetivos são fazer um aceno à classe média e preparar uma "vacina" contra o uso do tema contra o PT.

Ontem, ao ser questionado sobre sua participação na criação das taxas de Marta, o pré-candidato sustentou que não tinha poder decisório.

"Você sabe o nome da chefe de gabinete do secretário Mauro Ricardo [Finanças]?", disse ele, que afirmou ter havido aumento de 75% da carga tributária do município de São Paulo nos últimos anos.

Haddad reclamou das críticas do PSDB à promessa. "É um debate dissimulado para tentar defender uma decisão errada que a atual administração tomou e deveria rever."

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