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Estados apoiam com ressalvas mudança de indexador da dívida

Governo oferece corretor menor em troca da unificação do ICMS para importados

DE SÃO PAULO

Governos estaduais consultados ontem pela Folha manifestaram apoio, mas com ressalvas, à decisão do governo federal de trocar o indexador da dívida dos Estados com a União.

O governo federal quer unificar as alíquotas estaduais de ICMS de produtos importados e, em contrapartida, oferece a troca do atual indexador das dívidas estaduais (IGP-DI mais uma taxa que varia de 6% a 9%) pela Selic, hoje em 9,75% ao ano.

O objetivo é acabar com a "guerra dos portos", que estimula as importações e prejudica a indústria nacional.

O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), disse em nota que a proposta é "positiva", mas carente de "aprofundamento".

O secretário da Fazenda do Amazonas, Isper Abrahim, disse que a troca do indexador é um "avanço muito grande". Afirmou, contudo, que a medida precisa ser retroativa, pois o índice usado hoje, o IGP-DI, é pago desde 1999.

Governado por Omar Aziz (PSD), o Amazonas deve cerca de R$ 450 milhões à União.

A Secretaria da Fazenda de Santa Catarina informou que vinha tentando renegociar as dívidas com a União e que vai refazer cálculos para avaliar se a proposta é vantajosa.

O governo de Raimundo Colombo (PSD) disse que as negociações da dívida e da unificação dos impostos estaduais são temas que deveriam ser tratados separadamente.

O secretário da Fazenda do Espírito Santo, Maurício Duque, disse que a proposta do Planalto é "boa para os Estados", mas não "compensatória" para os capixabas.

Segundo o integrante da gestão Renato Casagrande (PSB), o próprio governo federal reconhece isso e já disse que manterá negociações pontuais com Espírito Santo, Goiás e Santa Catarina - Estados que dizem ter perdas com a mudança do ICMS.

Senadores desses Estados devem votar contra a resolução que unifica a alíquota.

NO CONGRESSO

Responsável por ajudar a costurar o acordo com o governo, o senador Eunício Oliveira (PMDB-ES) admite que haverá resistências mesmo com a mudança no indexador, mas disse que o governo tem número para aprovar a resolução.

Em nota, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, cobrou a unificação do ICMS também para a produção local.

"O governo parece estar gastando munição demais para resolver o ICMS apenas dos importados. Poderia unificar a alíquota em 4% na origem para todas as mercadorias, tanto nacionais quanto importadas, o que resolveria 60% da reforma tributária".

O economista Felipe Salto, da Tendências Consultoria, disse que os efeitos práticos de uma mudança no indexador da dívida só deverão ser sentidos no longo prazo, com a provável continuidade da queda da Selic.

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