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Câmara de Brasília aprova criação de CPI

Comissão que será instalada hoje vai investigar o suposto esquema de espionagem do governo de Agnelo Queiroz (PT)

Deputada do PSD diz que cerca de 80 pessoas foram investigadas de forma ilegal pela Casa Militar da gestão petista

LÚCIO VAZ
DE BRASÍLIA

Após quatro horas de reunião, 22 deputados distritais aprovaram a criação da CPI da Arapongagem no governo do Distrito Federal. A comissão vai investigar o suposto esquema ilegal de espionagem instalado na Casa Militar de Agnelo Queiroz (PT).

A CPI será instalada hoje em sessão plenária. A Câmara enviou ofício ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, solicitando a relação de autoridades e pessoas que foram consultadas pelos policiais militares do Distrito Federal. A Casa Militar teria usado o sistema oficial Infoseg, que aglutina dados sigilosos, para investigar os suspeitos.

O ofício diz que, segundo a revista "Veja", policiais lotados no palácio do governo violaram sistemas oficiais de informações, inclusive da Receita Federal, para levantar dados sobre alvos escolhidos pelo gabinete do governador para produzir dossiês contra desafetos de Agnelo.

A deputada Celina Leão (PSD), que propôs a CPI, afirma que cerca de 80 pessoas foram investigadas ilegalmente pela Casa Militar, entre elas procuradores, jornalistas e parlamentares. "Mais da metade dos deputados distritais tiveram seus sigilos violados", disse a deputada. Os deputados aprovaram uma nota de repúdio à atuação do chefe da Casa Militar, Rogério Leão, e exigiram a sua exoneração. O porta-voz do governo do DF, Ugo Braga, disse que não se pronunciaria antes da instalação da CPI.

O suposto "bunker" do serviço de informação da Casa Militar fica no 16º andar do anexo do Palácio do Buriti. Uma sala ampla abriga seis mesas com computadores. Ali, os policiais acessam o Infoseg, sistema com informações de todas as Secretarias de Segurança dos Estados. Cada acesso fica registrado, com nome do policial, data e hora.

Rogério Leão afirmou que é competência da Casa Militar investigar qualquer pessoa que atente contra a integridade física e moral do governador e da sua família.

Com isso, ele justificou dois acessos em busca de informações sobre o deputado federal Francisco Francichini (PSDB-PR), que teria incitado a invasão do restaurante da irmã do governador num shopping de Brasília.

Ele negou ter investigado procuradores, o vice-governador Tadeu Filippelli e ter usado escutas telefônicas.

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