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Ministro confirma reunião em Goiás, mas não com empresário

Alexandre Padilha diz que se encontrou 3 vezes com o senador Demóstenes Torres

DE BRASÍLIA

O ministro Alexandre Padilha (Saúde) disse ontem que teve reuniões com representantes da indústria farmacêutica de Goiás, um setor em que atuava o empresário Carlinhos Cachoeira.

Reportagem publicada pela Folha na sexta-feira mostrou que Padilha foi citado em conversa telefônica gravada pela Polícia Federal, no âmbito da Operação Monte Carlo, como tendo autorizado o grupo de Cachoeira a dar sequência a um negócio na área da saúde, depois de uma reunião em Brasília.

O empresário, segundo a PF, é dono oculto de um laboratório e controla um instituto que reúne empresas da área farmacêutica em Goiás.

"As indústrias [de GO] têm peso suficiente, que não precisam e nunca precisaram de qualquer intermediário para marcar reunião com o ministério", disse ontem Padilha.

O ministro voltou a negar que ele ou qualquer outro integrante da pasta tenha recebido Cachoeira e seu auxiliar Wladimir Garcez ou uma pessoa indicada por eles.

Disse que não saberia identificar, com base no trecho curto captado pela PF, se existe algum projeto na pasta que tenha relação com o grupo, mas afirmou que todos os projetos do ministério seguem critérios técnicos.

Padilha disse ainda que, como faz com os senadores em geral, teve encontros com Demóstenes Torres (GO).

Segundo a assessoria do ministério, foram três encontros em 2011, dois deles envolvendo empresas do ramo farmacêutico -cujos nomes não constam das investigações da Polícia Federal.

O presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência, Sepúlveda Pertence, disse ontem que é "passível" de investigação pelo órgão a suspeita de que Padilha teria negociado com integrantes do grupo de Cachoeira.

"Parece que não é uma questão de homicídio que nós tenhamos que tomar providência hoje. É mais uma acusação de possível corrupção, então há muito tempo [até a próxima reunião]".

"É passível [de investigação]. Todo mundo pode. Ele é ministro de Estado, então é sujeito à atuação da comissão", afirmou Pertence.

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