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Eleições 2012

Serra ironiza 'apoio' de Aécio à Presidência

Ex-governador agradece 'essa manifestação de generosidade', mas afirma que não deixará a Prefeitura de SP em 2014

Tucano mineiro disse que há a possibilidade de que Serra abandone cargo daqui a dois anos para disputar Planalto

DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO

Pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, o ex-governador José Serra reagiu com ironia à declaração de seu companheiro de partido, o senador Aécio Neves, de que, mesmo eleito este ano, poderá abandonar o cargo para disputar a Presidência da República em 2014.

"Eu não podia esperar do Aécio senão essa manifestação de generosidade. Mas, de fato, eu não cogito me candidatar a presidente. Eu vou me candidatar a prefeito, para exercer o mandato de quatro anos", respondeu Serra, questionado sobre o assunto.

O ex-governador comentou o tema ontem, após o primeiro congresso sindical do PSDB em São Paulo. Mas, mesmo antes de atender à imprensa, demonstrou incômodo com Aécio, que também compareceu ao evento.

Ao fim do discurso do mineiro, por exemplo, Serra foi o único dos políticos no palanque que não se levantou para aplaudi-lo.

Aécio falou sobre o futuro político de Serra em entrevista à Folha e ao UOL, publicada ontem.

Questionado se uma vitória na disputa pela prefeitura afastaria a hipótese de Serra ser candidato a presidente, Aécio afirmou que não. "Nada, de pronto, pode ser afastado. Se amanhã ele se tornar a opção mais viável do PSDB, poderá ser [candidato à Presidência]", disse.

A fala do senador mineiro contraria a estratégia de Serra, que tenta extinguir de sua campanha qualquer especulação sobre um possível abandono de cargo, se eleito para a prefeitura.

O tema serve de munição para seus adversários. Eleito prefeito em 2004, Serra deixou o cargo dois anos depois para ser candidato ao governo do Estado, mesmo após se comprometer a cumprir o mandato na prefeitura até o final. Com a decisão, deixou a capital sob o comando de seu então vice, o hoje prefeito Gilberto Kassab.

Ontem, após a repercussão, Aécio tentou minimizar sua fala. "Me perguntaram se era impossível que ele fosse candidato. Não é", afirmou. "Hoje ele diz com absoluta sinceridade e clareza que se vencer as eleições vai ficar em São Paulo. Temos que acreditar nisso", completou.

Em 2009, Serra e Aécio disputaram por alguns meses a indicação do partido para a campanha presidencial, período em que acirrou a troca de farpas entre aliados de ambos, nos bastidores do PSDB.

O mineiro, no entanto, se retirou da disputa em dezembro, ampliou a pressão para que Serra assumisse a candidatura e recusou os convites para ser vice na chapa.

O ex-governador paulista disputou a eleição e foi derrotado pela então candidata do PT, Dilma Rousseff. Ao final, reclamou do pouco empenho de Aécio em sua campanha em Minas: no segundo turno da eleição presidencial, Dilma obteve 58,45% dos votos válidos no Estado, contra 41,55% de Serra.

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