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Cachoeiragate / Senado

Conselho de Ética do Senado abre processo contra Demóstenes

Relator da investigação vai esperar depoimentos antes de decidir se pede cassação do mandato do parlamentar

Estratégia da defesa do senador será tentar anular provas obtidas pela PF ao investigar Carlinhos Cachoeira

ANDREZA MATAIS
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Relator da investigação contra o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no Conselho de Ética do Senado, o senador Humberto Costa (PT-PE) vai pedir hoje a abertura de processo disciplinar contra o parlamentar.

É a primeira etapa do processo que pode resultar na cassação de Demóstenes, apontado pela Polícia Federal como operador do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

A Folha apurou no Congresso que o senador não irá sugerir a pena de cassação no seu relatório. Costa tem dito a interlocutores que isso só será definido após o fim da investigação pelo colegiado.

O senador pode ser punido com penas que vão desde a censura até a perda do mandato, se ficar caracterizada a quebra de decoro.

Ontem, os documentos do inquérito foram encaminhados para a CPI, mas ainda não chegaram formalmente ao Conselho de Ética.

A decisão do relator de pedir a abertura de processo contra Demóstenes é baseada em notícias de jornais.

Costa promete utilizar as informações do inquérito em seu relatório final, quando vai definir a penalidade a ser aplicada ao senador.

Antes do relatório final, Costa vai ouvir testemunhas e o depoimento de Demóstenes -que promete comparecer pessoalmente ao conselho para se defender.

A defesa do senador afirma que as provas colhidas pela Polícia Federal e Ministério Público ao longo das investigações são inválidas porque se basearam em escutas ilegais, já que, segundo os advogados do senador, o STF teria que autorizar as interceptações telefônicas por Demóstenes ter foro privilegiado.

Ex-procurador de Justiça, Demóstenes sinalizou ao conselho que vai tentar anular o processo se identificar falhas jurídicas. Por esse motivo, o relator descartou mencionar as escutas no relatório preliminar.

A defesa de Demóstenes também pede a suspensão do processo no conselho enquanto a CPI do Cachoeira estiver atuando e, também, até o STF decidir sobre a nulidade das escutas.

O principal argumento do senador é que não tinha conhecimento das atividades ilícitas de Cachoeira, apesar de ser seu amigo pessoal.

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