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Cachoeira teve gastos e bens incompatíveis com sua renda

Só despesa com cartão em um período supera em seis vezes renda declarada

Informações se referem a documentos enviados pela Receita à CPI; defesa de Cachoeira não se pronunciou

RUBENS VALENTE
ANDREZA MATAIS
DE BRASÍLIA

Documentos fiscais em poder da CPI revelam que Carlinhos Cachoeira chegou a gastar, em 2008, R$ 589 mil em cartões de crédito, embora tenha declarado renda de R$ 20,4 mil naquele ano.

Os documentos foram entregues anteontem à CPI do Cachoeira pela Receita Federal. Eles são o resultado das quebras de sigilo contra o empresário, suspeito de contravenção e de corrupção.

Num período de quatro anos, de 2007 a 2010, Cachoeira declarou à Receita, segundo a Folha apurou na CPI, renda de R$ 172 mil. Mas apenas seus gastos em cartões atingiram R$ 1,12 milhão no mesmo período.

Apesar do rendimento de de menos de R$ 200 mil, seu patrimônio declarado quase dobrou no período, de R$ 2,2 milhões para R$ 4,3 milhões.

Os documentos revelam ainda que Cachoeira tem o hábito de manter fortunas em sua casa. Em 2008, Cachoeira declarou ter R$ 1,5 milhão guardado em sua residência.

Os dados recebidos agora pela CPI confirmam as conclusões de um outro documento reservado produzido pela Receita no decorrer da Operação Monte Carlo.

O relatório, também em poder da CPI, diz que Cachoeira "apresenta patrimônio incompatível com os rendimentos declarados e parte de seus bens e direitos são suportados por empréstimos contraídos da empresa Bet Capital", da qual é representante legal.

Num período de cinco anos, ele recebeu R$ 10 milhões em empréstimos da Bet.

Procurada ontem à noite, a advogada de Cachoeira, Dora Cavalcanti, disse que não comentaria porque "não teve ciência desses dados".

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