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Ambientalistas e ruralistas criticam, mas Congresso apóia

Relator do Código na Câmara afirma que decisão de Dilma assegura proteção ambiental e ao produtor

Entidades ambientais, porém, defendiam veto total ao texto; ruralistas criticaram ônus sobre grandes fazendeiros

DE BRASÍLIA

O veto parcial ao Código Florestal desagradou ambientalistas e ruralistas. Os militantes da causa ambiental reclamaram, principalmente, da falta de informações. Os ruralistas ficaram descontentes com o alto custo do reflorestamento para os grandes produtores.

No Congresso, contudo, os parlamentares que representam ambientalistas e ruralistas declararam apoio à proposta do governo.

A presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), senadora Kátia Abreu (PSD-TO), disse que Dilma usou "caneta verde e amarela" para contemplar todos os interesses.

Relator do Código na Câmara, Paulo Piau (PMDB-MG), identificado à ala ruralista, disse que o veto assegura "proteção ambiental com proteção ao campo".

O líder do PV na Câmara, Sarney Filho (MA), disse que o veto parcial ao Código Florestal é um avanço, mas ressaltou que ainda deseja conhecer detalhes do texto.

Já para o ex-ministro do Meio Ambiente Carlos Minc, veto foi "uma etapa". "Não foi tudo o que a gente esperava, mas foi uma bofetada na maioria ruralista, um recado de que eles não são donos do Brasil. [Dilma] podia fazer um brilharete, todo mundo ia bater palma, e dali a dois meses ia ser derrotada", disse sobre o veto total.

A também ex-ministra e ambientalista Marina Silva, ficou menos satisfeita. "Mesmo com a versão dada, está mantida a anistia e a redução da proteção às florestas".

Ambientalistas de fora do Congresso criticaram a edição de uma medida provisória para preencher as lacunas jurídicas após os vetos.

"As medidas associadas ao veto precisarão novamente do aval do Congresso, onde ruralistas vêm tentando impor retrocessos à sociedade", diz nota do WWF-Brasil. O grupo defendia que o texto fosse vetado na íntegra.

Em nota, o Greenpeace classificou como "teatro" a coletiva conduzida pelos ministros do governo Dilma.

Ex-secretário-executivo do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco criticou a ausência de dados sobre o novo Código Florestal.

"O processo foi péssimo, antidemocrático, uma vergonha. A coletiva deveria ter sido feita em cima do documento que será publicado no Diário Oficial e não sobre um Power Point", disse.

A entidade Avaaz, que entregou à presidente uma petição com quase 2 milhões de assinaturas pedindo o veto do Código, disse que Dilma "não conseguiu silenciar as motoserras", nem "estabelecer sua credencias climáticas às vésperas da Rio+20".

RURALISTAS

Os ruralistas, por sua vez, reconheceram avanços na proposta, mas criticaram o ônus que recairá sobre os grandes produtores.

Para o vice-presidente da CNA, Assuero Veronez, o escalonamento das faixas de recuperação de florestas beneficiou pequenos produtores e sobrecarregou os grandes.

"Do ponto de vista socioeconômico, a medida é justa, mas houve uma mudança expressiva, que impõe um ônus aos grande produtores. O custo de reflorestar é bastante elevado", afirmou. Ele defendeu que o governo ofereça mecanismos para auxiliar os custos da recomposição.

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