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Empresariado brasileiro não acredita no país, diz Haddad

Petista acusa empreiteiros de silenciar sobre problemas de SP

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Em palestra ontem a moradores da Vila Madalena (zona oeste), o pré-candidato do PT a prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, atacou o setor da construção civil e disse que o empresariado brasileiro não acredita no país.

"O empresário brasileiro é o primeiro a recuar diante de qualquer nuvem mais carregada. Ele é costumeiramente arredio a investir e acreditar no país", afirmou.

O petista disse que o governo será obrigado a elevar os gastos públicos para manter o crescimento na crise.

"Como em 2008, o Estado vai ser convocado a realizar investimentos para manter o aquecimento da economia."

Haddad fez mais críticas ao comentar uma visita ao Secovi, o sindicato das empresas do setor imobiliário.

Sem dar nome, ele disse que um dirigente da entidade preferiu silenciar a dar respostas sobre problemas em obras públicas na cidade.

"Chegou um determinado momento em que eu fazia tanta pergunta que ele quase evocou a Constituição para garantir o direito ao silêncio. Ele não conseguia mais justificar", relatou o petista."Ele não queria mais falar do assunto, tamanho o constrangimento de me dar resposta."

Depois de ouvir queixas de donos de bares da Vila Madalena, reduto boêmio da capital paulista, Haddad chamou de de autoritário o prefeito Gilberto Kassab (PSD).

"Não há discussão. É truculência, é autoritarismo", afirmou. "Só tem um aspecto em que a gestão Kassab é democrática: é autoritarismo para todo mundo."

Uma das principais reclamações do setor é contra as regras do "Psiu", que limitou os horários de funcionamento dos bares na cidade.

Diante de uma plateia de classe média, Haddad criticou a política cultural da prefeitura. Disse que "vários teatros" estão fechados e reclamou da ênfase à Virada Cultural, vitrine do futuro adversário José Serra (PSDB).

"O programa cultural que hoje a gente comemora é um dia de virada no centro da cidade. Em 364 dias, eu não sei o que se faz", disse.

Ontem, o ex-presidente Lula recebeu a cúpula do PC do B, mas não conseguiu selar o apoio do partido a Haddad. Os petistas correm para romper o isolamento e anunciar alguma adesão até a festa de lançamento do pré-candidato, no próximo sábado.

"Não tem acordo com o PT", disse o ex-ministro do Esporte Orlando Silva, que participou da reunião.

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