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Veículos têm melhora em maio com recuo de IPI

Dados preliminares indicam alta nas vendas; eletrônicos ainda sofrem

Fabricantes de móveis dizem que estoque alto afetou produção e pedirão prorrogação de corte de imposto

MARIANA CARNEIRO
DE SÃO PAULO

Dados dos últimos dias do mês de maio sugerem que o setor automotivo ensaia uma leve recuperação.

Informações preliminares da Anfavea (associação que reúne as montadoras), a que a Folha teve acesso, revelam que os licenciamentos cresceram cerca de 4% ante abril.

Até anteontem, a Anfavea havia registrado 269 mil licenciamentos no mês contra os 257 mil de abril. A leve melhora, que deve se cristalizar nas estatísticas de junho, é creditada ao desconto do IPI anunciado no dia 21 e às medidas para destravar o crédito no setor.

Segundo levantamento da Anfavea, os financiamentos também aumentaram. Antes das medidas, a aprovação de fichas para o parcelamento era de quatro em cada dez pedidos. Desde a semana passada, a marca aumentou para seis em cada dez.

A situação não é tão favorável para o setor de eletrônicos, afirma o presidente da Abinee (associação que reúne fabricantes da indústria elétrica e eletrônica), Humberto Barbatto.

"No mês de maio, infelizmente não houve uma reação", afirma, citando alguns setores afetados pela baixa nas encomendas: celulares, computadores e impressoras.

Ele afirma que a reversão deste quadro não deve ocorrer ainda no 2º trimestre e deve ficar para a segunda metade do ano, quando a queda dos juros e a redução da inadimplência do consumidor vão estimular as vendas.

No caso de celulares, pesa sobretudo a dificuldade para vender para Argentina e Venezuela. Segundo Barbatto, fabricantes estão sendo levados a assumir compromissos de importação da Argentina para vender ao país.

"Os fabricantes brasileiros estão virando traders [empresas de exportação e importação]", afirma.

Apenas o setor elétrico que atende a construção civil não vê crise, diz Barbatto, em parte impulsionado pelo programa Minha Casa, Minha Vida.

A indústria de móveis é outro segmento que não vislumbra melhoras no curto prazo. Apesar do corte de IPI em março, estoques altos atrasaram o estímulo à produção, e a indústria estuda pedir a prorrogação do incentivo, que acaba no fim de junho.

"Esperávamos um aumento de 6% a 8% nas vendas nestes três meses de vigência do desconto de IPI, mas não chegaremos a essa marca", diz o presidente da Abimóvel, José Luiz Dias Fernandes.

"Abril foi um mês muito ruim. Em maio, houve uma melhora, mas ainda estamos com uma produção baixa."

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