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Demóstenes se cala em CPI, e sessão acaba em bate-boca

Aos gritos, o deputado Sílvio Torres (PTB-PE) chamou depoente de "hipócrita" e ainda discutiu com senador

Depoimento de Marconi Perillo (PSDB-GO) foi marcado para o dia 12; Agnelo Queiroz (PT-DF) falará no dia seguinte

Wildes Barbosa/O Popular/Folhapress
O deputado Sílvio Costa (PTB-PE), em pé, bate boca como o senador Pedro Taques (PDT-MT)
O deputado Sílvio Costa (PTB-PE), em pé, bate boca como o senador Pedro Taques (PDT-MT)

NATUZA NERY
ANDREZA MATAIS
ERICH DECAT
DE BRASÍLIA

Dois dias depois de falar por cinco horas ao Conselho de Ética, o senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) permaneceu calado ontem em seu depoimento à CPI do Cachoeira, o que causou uma troca de xingamentos no final da sessão.

Demóstenes disse que eram suficientes os esclarecimentos dados na terça, quando negou relação ilegal com Carlos Cachoeira.

O silêncio levou o deputado Silvio Costa (PTB-PE) a chamá-lo de "hipócrita" e "mentiroso". "O seu silêncio é a mais perfeita tradução da sua culpa. Ele escreve em letras garrafais: 'Eu, Demóstenes Torres, sou sim membro da quadrilha do senhor Cachoeira, sou sim o braço legislativo da quadrilha'".

Em meio às acusações de Silvio Costa, o senador Pedro Taques (PDT-MT) pediu que a sessão fosse cancelada e acabou batendo boca com Costa, que foi em sua direção aos gritos: "Você é um merda. Filho da puta".

Antes, a CPI havia decidido marcar os depoimentos dos governadores Marconi Perillo (PSDB-GO) e Agnelo Queiroz (PT-DF) para 12 e 13 de junho, respectivamente.

A ida dos dois à CPI só foi possível graças ao rompimento do acordo entre PT e PMDB, que por algumas sessões conseguiu evitar a votação dos requerimentos para levá-los à comissão.

Contra Perillo e Agnelo pesam suspeitas de relação com o grupo de Cachoeira. Os dois negam.

O pacto entre PT e PMDB, selado há duas semanas, ruiu após rusgas entre integrantes das duas legendas.

Em uma das primeiras reuniões da CPI, por exemplo, PT e PMDB se desentenderam sobre pedido para que a Polícia Federal filtrasse todos os diálogos referentes ao jornalista Policarpo Junior, redator-chefe da revista "Veja". O PMDB barrou a medida.

Nesta semana, enquanto o combinado era não quebrar o sigilo das contas nacionais da Delta, o Planalto autorizou a aprovação por considerar que ação contrária representaria um grande desgaste.

O PMDB, contrário à exposição dos dados sigilosos da empreiteira no Rio, decidiu dar o troco, articulando a convocação de Agnelo.

A crise na relação aumenta o risco de ministros e ex-ministros serem chamados para falar dos contratos da Delta com verba federal.

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