Índice geral Poder
Poder
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Cachoeiragate

Delta manterá seus contratos com governo, afirma Dnit

Dirigente do órgão diz que empresa continuará tocando as suas obras

Investigada pela CPI, Delta diz que vai recorrer da declaração da CGU, que declarou a empresa inidônea

DIMMI AMORA
DE BRASÍLIA

A declaração de inidoneidade da Delta não deverá afetar quase nenhum dos seus cem contratos vigentes no governo federal, pelos quais a tem a receber R$ 1,2 bilhão.

Segundo a CGU (Controladoria-Geral da União), que publicou ontem o decreto tornando a empresa inidônea (proibida de contratar com órgãos públicos), a decisão vale por dois anos e, depois disso, ela terá que pedir uma reavaliação. A construtora recorrerá da decisão.

Segundo o diretor-geral do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte), Jorge Fraxe, a empreiteira, investigada na CPI da Cachoeira, vai continuar em todos os contratos já assinados para obras e manutenção "enquanto mantiver fazendo o serviço". O Dnit é o maior contratador da empresa, com 99 dos 100 contratos.

Fraxe disse que retirar a Delta de cada um dos contratos causaria prejuízo ao governo porque seria necessário relicitar obra a obra por preços mais altos.

O que ameaça a continuidade da construtora nas obras é o que a própria empresa chama de uma "situação financeira insustentável", causada pelo "bullying empresarial" criado com a suspeita da relação com o esquema do empresário Carlinhos Cachoeira.

A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou "não ser relevante" a inidoneidade para os atuais contratos com a Delta.

CONTRATOS

Os 99 contratos ativos da Delta no Dnit somam R$ 2,5 bilhões, sendo que apenas oito são para novas obras.

Dos contratos ativos para manutenção, 65 vencem neste ano. Até o início de maio, a empresa ainda tinha a receber pelos contratos de manutenção R$ 754 milhões.

A maior obra de manutenção da companhia é a BR-163 no Paraná, cujo contrato de R$ 118 milhões vence apenas em junho do ano que vem.

O contrato mais longo com o governo é para a reforma da BR-177 no Amazonas, que vence em dezembro de 2015.

O Ministério da Integração Nacional tem um contrato de R$ 265 milhões com a construtora para um lote da transposição do São Francisco. A empresa recebeu 49% do contrato, que vai até agosto.

A pasta disse que esse negócio está sendo auditado.

O último contrato ativo do Exército com a empreiteira teve sua obra encerrada.

SÃO PAULO

O governo de São Paulo informou que a Procuradoria-Geral do Estado fará análise das consequências jurídicas do contrato com a Delta para limpeza de piscinões. A prefeitura paulistana disse que seu departamento jurídico estuda medidas cabíveis.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.