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Demóstenes reassume cargo em Goiás

Um dia após ter o mandato cassado, ex-senador retomou função de procurador criminal do Ministério Público

Corregedoria do órgão abrirá investigação para apurar relação de ex-congressista com o grupo de Cachoeira

DE BRASÍLIA

Cassado no Senado, Demóstenes Torres reassumiu ontem o cargo de procurador criminal no Ministério Público de Goiás, do qual estava licenciado desde 1999, início de sua carreira política.

O nome do agora ex-senador foi colocado na porta da 27ª Procuradoria de Justiça em Goiás.

Demóstenes dará expediente em uma sala no 3º andar do edifício-sede do Ministério Público e terá à sua disposição dois assessores diretos. Ontem, ele pediu um prazo de cinco dias úteis de folga para organizar sua volta.

Mas o reinício de sua carreira na Promotoria, que lhe pagará R$ 22 mil brutos mensais, já é contestada.

A Corregedoria do Ministério Público do Estado informou que abrirá um procedimento disciplinar para apurar "eventual falta funcional" por conta de seu relacionamento com o empresário Carlinhos Cachoeira -mesmo motivo que o levou à cassação anteontem.

O ex-líder da bancada do DEM perdeu o mandato por 56 votos contra 19.

Ao final da apuração da Corregedoria, ele pode vir a ser expulso do órgão.

BENEFÍCIOS

Mesmo voltando ao cargo de procurador e tendo tido o mandato cassado, ele continuará a ter um plano de saúde vitalício do Senado.

O benefício é pago a todos ex-congressistas que ocuparam o cargo por ao menos 180 dias -Demóstenes esteve na Casa por nove anos.

O plano cobre despesas médicas, odontológicas, psicológicas e de fisioterapia. Seu limite é de cerca de R$ 32 mil por ano.

Ontem, o ex-senador voltou a dizer que recorrerá ao STF (Supremo Tribunal Federal) para retomar o mandato, e que já tem um novo advogado para a missão.

O anterior, Antonio Carlos de Almeida Castro, disse considerar soberana a decisão do Senado.

RECADO

"O que está postado está postado", se limitou a afirmar Demóstenes à Folha, ontem, por telefone, em referência ao post no Twitter por meio do qual anunciou anteontem o recurso.

Os pertences do ex-senador que ainda estavam em seu antigo gabinete no Congresso já começaram a ser encaixotados ontem.

A cassação foi publicada no "Diário Oficial" do Senado, o que oficializa o ato.

O primeiro suplente, Wilder Morais, tem 60 dias para tomar posse, prorrogáveis por mais 30. A posse pode ocorrer mesmo no recesso parlamentar, que começa no dia 18 e termina em agosto. Filiado ao DEM, ele ainda não avisou ao partido quando quer assumir o mandato.

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