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Governo abriga parentes de senador um ano após 'faxina'

BRENO COSTA
DE BRASÍLIA

Um ano depois da "faxina" promovida por Dilma Rousseff no Ministério dos Transportes, três sobrinhos de Vicentinho Alves (PR-TO), senador ligado ao mesmo grupo político expulso pela presidente, ainda ocupam postos estratégicos na pasta.

As mudanças provocadas por suspeitas de corrupção levaram à demissão, em julho passado, de 28 servidores do ministério, dentre eles o então ministro e hoje senador Alfredo Nascimento (PR-AM).

A limpeza foi capitalizada pelo governo como símbolo de intolerância da presidente diante de irregularidades e apadrinhamento político.

Entre os demitidos estava o então presidente da estatal ferroviária Valec, José Francisco das Neves, o Juquinha, preso no início deste mês sob a acusação de corrupção.

As trocas também abalaram a influência que o deputado federal Valdemar Costa Neto (PR-SP), réu do mensalão, tinha no ministério.

Vicentinho Alves, conforme documento apreendido pela Polícia Federal, é parceiro de negócios tanto de Costa Neto quanto de Juquinha.

Os três se associaram para construir uma PCH (Pequena Central Hidrelétrica) numa fazenda do senador. O projeto tramita na Aneel, sem vínculo formal com os políticos.

Os sobrinhos de Vicentinho têm acesso a informações estratégicas e lidam com áreas sensíveis da pasta, como fiscalização de empreiteiras e seleção de fornecedores.

Aldo Mário Simonassi Júnior, 30, filho de uma irmã do senador, fiscaliza as obras da ferrovia Norte-Sul e atesta a regularidade das medições das empreiteiras -condição para liberar os pagamentos.

Nesse período, entre as empresas que receberam pagamentos por serviços no trecho goiano da Norte-Sul está a Fuad Rassi Engenharia, cujo dono era sócio de Vicentinho, Juquinha e Valdemar Costa Neto, e hoje capitaneia o processo da PCH na Aneel.

Os outros dois parentes de Vicentinho são Pedro Henrique Alves de Oliveira Filho, 24, coordenador administrativo da Cia. Docas do Maranhão no Tocantins, e Natália Alves Rodrigues, 27, assessora do ministro Paulo Passos.

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