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Russomanno se nega a comentar uso de templo da Igreja Universal

Candidato diz que São Paulo não está escolhendo um novo papa

DE SÃO PAULO

O candidato do PRB à Prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno, se recusou a comentar a utilização da estrutura do principal templo da Igreja Universal do Reino de Deus na cidade por sua campanha. Já o rival petista, Fernando Haddad, afirmou que não pode haver "partidarização das igrejas".

A Folha revelou ontem que o estacionamento do templo na av. João Dias é um ponto de encontro das equipes de campanha. Na semana passada, pastores da Assembleia de Deus pediram, em um culto, que cada fiel conseguisse cem votos para Russomanno.

A Lei Eleitoral proíbe a veiculação de propaganda eleitoral em templos.

Indagado sobre o assunto antes de participar, na manhã de ontem, de uma missa do padre Juarez de Castro, no bairro dos Jardins, ele disse não ter comentários.

O candidato, que tenta desvincular sua imagem da Universal, afirmou ser aberto a todas as religiões. "Por que não falam que frequentei um terreiro de umbanda? Não estamos fazendo eleição para papa, mas para prefeito. Visito todos os templos com prazer."

O candidato acompanhou a missa, tomou hóstia e depois se confessou.

Tanto ao final da celebração como em entrevista, acompanhado de perto por Celso Russomanno, o padre Juarez de Castro criticou o fato de haver igrejas pedindo votos a candidatos.

"Se a gente indicasse candidato seria violentar a consciência do eleitor. A igreja tem de ter consciência política, mas não é permitido pela lei eleitoral que se faça campanha no templo."

À noite, Russomanno participou de culto em uma igreja evangélica -mas não houve pedido de votos.

Questionado sobre a ligação de Russomanno com as igrejas, Haddad disse que a "Constituição veda a partidarização das religiões".

"Nós temos que combater a intolerância [religiosa], qualquer que seja ela, mas nós não podemos partidarizar a igreja. Esse é o meu ponto de vista, porque a Constituição veda as duas coisas", afirmou o petista.

(JOSÉ ERNESTO CREDENDIO e FELIPE MAIA)

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