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Na onda pelo novo, Ratinho Junior vira favorito em Curitiba

Filho do apresentador do SBT tem ajuda do pai e ganha apoio com discurso simples

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE CURITIBA

Com tempo reduzido de TV e num partido com pouca tradição, mas com o dinheiro e a popularidade do pai, Ratinho Junior (PSC), 31, virou o favorito na disputa pela Prefeitura de Curitiba.

Na mais recente pesquisa Datafolha, nos dias 10 e 11 deste mês, ele ultrapassou o prefeito e candidato à reeleição Luciano Ducci (PSB) em todas as projeções.

A candidatura surfa na popularidade do pai, o apresentador homônimo do SBT, que faz campanha pelas ruas com o filho e já foi proibido pela Justiça de comandar os comícios por ser um artista (o que é vetado pela lei eleitoral).

Ratinho Junior, cujo nome é Carlos Alberto Massa Junior, conta com a força da televisão e da rádio da família, dona da retransmissora do SBT no Paraná e de uma rádio FM, em que ele apresentava um programa diário havia cinco anos. "Isso me potencializa, mas não usei para isso", diz.

A campanha foi inicialmente bancada pela empresa da família -Massa e Massa Comunicação-, que respondeu por quase todo o dinheiro doado na primeira prestação de contas.

Atualmente, o candidato já conseguiu atrair empresários e ganhou apoio dos mais humildes: Ratinho Junior usa uma linguagem simples, promete dar uniforme a crianças e iluminar ruas para evitar assaltos, diz ser independente e que trará o "novo".

"Há uma tendência de o eleitor apostar na novidade", diz o cientista político Emerson Cervi, da Universidade Federal do Paraná, que cita a baixa aprovação do governo Ducci (39%, segundo o Datafolha) como fator que impulsiona o voto na oposição.

Desde 2011, Ratinho Junior faz um "trabalho silencioso": visita bairros para coletar propostas da população. Foram 39 reuniões, que cobriram metade da cidade.

A campanha ainda coleta propostas via voluntários que têm comitês em suas próprias casas. Já são 1.200 desses.

Ele utiliza também recursos pouco convencionais, como carreatas noturnas, peruas Kombi iluminadas com neon e telões sobre carretas.

Nos últimos dias, sua candidatura começou a ser atacada pelos adversários, que dizem que Curitiba não quer um "animador de auditório" como prefeito. Eles também questionam sua atuação na Câmara, em Brasília, onde cumpre o segundo mandato.

Ratinho se elegeu deputado pelo PPS, mas mudou logo para o PSC, partido da base federal, e passou a votar pró-governo -inclusive a favor da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

"Votei mesmo. A saúde iria perder", diz Ratinho Junior, que afirma não ser "nem de oposição nem de situação". "Sou de inclusão."

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