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Vera Magalhães

Vamos falar de São Paulo?

OK, vamos então analisar as recém-lançadas propostas para a cidade do líder Celso Russomanno

O MANTRA de Celso Russomanno na campanha, sempre que confrontado sobre religião, alianças políticas, mudança de partido e sua atuação na Câmara é: "Vamos falar de São Paulo?" Tem sido assim em entrevistas, sabatinas e debates.

OK, vamos então falar sobre as propostas do líder nas pesquisas para a cidade. Isso ficou mais fácil nesta semana, quando, a menos de três semanas do primeiro turno, o candidato encadernou como plano de governo propostas de seu site.

Trata-se de um livreto de 50 páginas e dez capítulos, no qual sobram propostas genéricas, mas não há um só número concreto -de novos CEUs, unidades de saúde, corredores de ônibus, unidades habitacionais- e nenhuma cifra a ampará-las. Também não aparecem nomes de técnicos que tenham ajudado a "formular" a plataforma, algo importante para saber quem é a equipe a cercar o candidato.

Mesmo as bandeiras mais polêmicas que Russomanno defende na TV -e que passaram a ser alvo de questionamento dos demais candidatos, que evitavam confrontá-lo- aparecem de forma mais tímida, menos bravateira no texto do PRB.

O propalado aumento de 3.000 para 20 mil homens na Guarda Civil Metropolitana -que Russomanno arriscou dizer que custaria R$ 600 milhões ao ano no debate da TV Gazeta- aparece no capítulo 8, mas sem contingente nem valores.

A internet rápida sem fio em toda a cidade, promessa repetida à exaustão pelo candidato, tem uma diferença básica no papel: a palavra-mágica "grátis" desaparece.

Em entrevista recente, Russomanno prometeu corredores de ônibus "inteligentes" e disse que o número de vias desse tipo e a localização constariam do plano. Nada feito: só aparece o slogan de "ônibus com piso baixo" e ar-condicionado.

A proposta mais controversa do candidato, no entanto, está consignada: o passageiro de ônibus vai mesmo pagar mais quanto maior for o percurso utilizado. Indagado se isso não iria onerar os mais pobres, que moram longe do trabalho, Russomanno saiu-se no debate com uma explicação sobre verificação biométrica do trecho percorrido. Mas isso não aparece no livrinho.

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