Folha ganha prêmio latinoamericano de investigação

A Folha tornou-se o primeiro jornal brasileiro de circulação nacional a ganhar o Prêmio Latinoamericano de Jornalismo de Investigação.

A série de reportagens que levou à queda do ex-ministro Antonio Palocci foi anunciada como vencedora da edição 2012 ao final de uma cerimônia em Bogotá, Colômbia.

Além da categoria principal, a Folha recebeu o prêmio especial do júri com a série que revelou telegramas secretos do Ministério de Relações Exteriores, o Itamaraty.

O prêmio do Ipys (Instituto Prensa y Sociedad) é considerado o mais importante da América Latina. Ao todo, 209 reportagens investigativas de 19 países concorreram.

Os organizadores destacaram que a apuração sobre a evolução patrimonial de Palocci "se trata de uma lição de jornalismo clássico".

Para o Ypis, as reportagens dos jornalistas Andreza Matais, José Ernesto Credendio e Catia Seabra reúnem "informações de fontes e dados".

A série, vencedora do Esso, principal premiação do jornalismo brasileiro, e do Grande Prêmio Folha de 2011, mostrou que o então chefe da Casa Civil do governo Dilma multiplicou por 20 o seu patrimônio em quatro anos.

Revelou também que ele montara consultoria que faturou R$ 20 milhões em 2010, quando coordenava o comitê eleitoral da hoje presidente.

Palocci, que deixou o cargo 23 dias após as publicações na Folha, é investigado pelo Ministério Público. Após sua queda, sete ministros foram afastados, em um processo batizado por integrantes do governo de "faxina".

Já a série de reportagens "Segredos do Itamaraty", de Rubens Valente, Fernanda Odilla e João Carlos Magalhães, ganhou prêmio de Destaque do Júri. Os textos trouxeram a público centenas de telegramas sigilosos da diplomacia do Brasil.

Os documentos inauguraram o site do projeto Folha Transparência -um conjunto de iniciativas da Folha nas esferas administrativa e judicial com informações sob guarda do Estado.