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Eleições 2012

Vitrines de Serra e Haddad são alvo de propaganda na TV

Tucano faz críticas à gestão da educação quando o rival foi ministro; petista mira política de saúde do tucano

Corrupção também serve de munição; PSDB cita Dirceu, enquanto PT lembra processo contra vice do oponente

Fábio Braga/Folhapress
Fernando Haddad (PT) se diverte com grito de eleitora durante caminhada na zona oeste
Fernando Haddad (PT) se diverte com grito de eleitora durante caminhada na zona oeste

DE SÃO PAULO

Os candidatos à Prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) intensificaram ontem os ataques a vitrines do lado adversário: o tucano mirou a educação, e o petista, a saúde.

Os comerciais curtos concentraram os golpes mais duros. Cinco dos sete anúncios veiculados pelo PSDB traziam críticas ao oponente. A proporção do lado do PT foi parecida (6 de 8).

A corrupção também serviu de munição. O tucano voltou a citar o ex-ministro José Dirceu, condenado pelo Supremo no julgamento do mensalão. "Ele ainda manda no PT. Antes de ir para a cadeia, quer a eleição de Haddad em São Paulo. Se é bom para o Dirceu, é péssimo para você."

Do lado petista, o ex-presidente Lula afirmou que Haddad é atacado "com um monte de mentiras": "Os tucanos [...] acham que o povo é ingênuo, mas o povo não é burro".

A campanha de Haddad alvejou Alexandre Schneider (PSD), candidato a vice na chapa adversária, réu em ação de improbidade administrativa por contratação sem licitação quando era secretário municipal de Educação.

A propaganda também lembrou a saída de Serra da prefeitura em 2006 e sugeriu que, se houver nova renúncia, Schneider será "o novo [Gilberto] Kassab [PSD]".

A publicidade de Serra centrou esforços na desconstrução de Haddad como gestor.

Questionou o fato de não terem sido criadas escolas técnicas ou creches com recursos federais na capital paulista quando ele era ministro da Educação (2005-2012).

Também vinculou Haddad à recente greve nas universidades federais, dizendo que faltou investimento -ele já saíra do MEC quando da greve.

A campanha tucana apresentou o rival como "o ministro [da Educação] que afundou o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio]" e exibiu ranking da educação da Unesco em que o Brasil perdeu posições na gestão Haddad.

REAÇÃO

O petista respondeu recorrendo a um ranking do Banco Mundial e ao Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes). Ambos mostram avanços do Brasil na área. O Pisa é a principal baliza de comparação entre o ensino de diferentes nações.

À noite, o candidato disse que "Serra não tem respeito pelos fatos" e nutre "obsessão por destruir reputações".

"Garanti recursos para 172 novas creches, e não foram buscar. Aprovei verbas para uma universidade na zona leste e uma escola técnica na norte, e não cederam o terreno. Tudo o que precisava da prefeitura não aconteceu."

À tarde, o programa do petista havia alvejado a política de saúde pública da gestão Serra-Kassab. "A saúde só anda bem na propaganda deles", disse uma atriz.

Em comício, o petista criticou Serra por participar de privatizações no governo FHC e apoiar, quando governador, a proposta de reservar leitos de hospitais estaduais a clientes de planos de saúde.

"Não queremos que o Serra venda 25% dos leitos dos hospitais estaduais na cidade", disse. "Ele tem a privatização na veia. A Light e a Vale, foi ele que vendeu."

O petista disse que pacientes morrerão se a chamada "dupla porta" vigorar na cidade. "Aí é que todo mundo vai bater as botas mesmo."

A "dupla porta" nos hospitais estaduais foi proposta em 2009 na gestão Serra e regulamentada em 2011 pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. A mudança foi suspensa pela Justiça.

À noite, Serra, que foi ministro da Saúde de FHC, chamou de "absurda" a objeção do PT à parceria entre prefeitura e hospitais privados.

"Quando um petista rico fica doente, vai logo para o [Albert] Einstein ou para o Santa Catarina. Mas eles não querem que o Einstein e o Santa Catarina atendam os doentes nos hospitais da prefeitura."

(BERNARDO MELLO FRANCO, LUIZA BANDEIRA E LUCAS NEVES)

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