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Eleições 2012

Plano de Serra depende de ações de Alckmin

Lançado a 13 dias do segundo turno, programa de tucano vincula propostas a parcerias com o governo estadual

Programa inclui projetos que Kassab iniciou; há propostas de Haddad que dependem do governo federal

DE SÃO PAULO

Lançado a 13 dias do segundo turno, o programa de governo do candidato do PSDB a prefeito de São Paulo, José Serra, apresenta propostas que dependem do governo estadual, comandado pelo tucano Geraldo Alckmin.

O documento foi apresentado por Serra em evento anteontem. No primeiro item do capítulo dedicado aos transportes, ele promete, "com o governo do Estado, investir na expansão da rede metroviária, de forma a atingir 120 km de extensão até 2016". Hoje, a rede tem 74 km.

Não há menção sobre o valor previsto. Em entrevista, no entanto, Serra já disse que pretende alocar ao menos R$ 1 bilhão, suficiente para 2,5 km. Nos últimos oito anos, a atual gestão previa repassar R$ 2 bilhões, mas só entregou metade disso.

O projeto de criar um sistema municipal de ensino técnico, outra das principais propostas anunciadas por Serra durante a campanha, também é baseado em parcerias com o governo paulista, por meio do Centro Paula Souza, responsável pelas escolas técnicas estaduais.

As parcerias com o Estado e a relação com Alckmin têm sido um dos principais trunfos usados por Serra. Já seu adversário, Fernando Haddad (PT), apresenta propostas que dependem de parcerias com o governo federal.

METAS

O plano evita fixar metas em temas como a educação infantil. A falta de vagas em creches vem sendo um dos pontos mais criticados da atual administração, mas a promessa de Serra não é objetiva. Diz que vai "ampliar vagas a exemplo do que a prefeitura vem fazendo".

Em eventos de campanha na rua, Serra chegou a anunciar números e especificar metas em algumas áreas, como a construção de moradias populares. Esses dados, porém, não foram incluídos no programa de governo.

Anteontem, por exemplo, Serra afirmou em entrevista que tem como meta construir, também em parceria com Alckmin, 25 mil moradias e urbanizar favelas em que hoje vivem 200 mil famílias. No papel, o compromisso é mais genérico. Fala somente em "construir novas unidades habitacionais e urbanizar favelas e comunidades".

No Programa Mananciais, diz o plano, serão beneficiadas 65 mil pessoas, também em parceria com o Estado.

Ontem, Serra anunciou em entrevista que o valor previsto para o auxílio-creche -quantia que deve ser paga a mães carentes com filhos na fila por uma vaga- é de R$ 100 mensais. Esse valor, no entanto, não consta do programa formal de governo.

No documento, o tucano retoma diversos projetos anunciados pela atual gestão, mas que ainda não saíram do papel. É o caso dos corredores e dos terminais de ônibus, anunciados no início do ano pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD). As obras estão em fase de licitação.

O expediente também é usado por Haddad, que inclui, entre as obras viárias previstas em seu programa, algumas já planejadas e até licitadas pela administração.

O programa tucano evita duas das principais bandeiras do adversário: tarifa de ônibus e inspeção veicular.

Não faz nenhuma menção à política para tarifas de ônibus, foco do Bilhete Único mensal proposto por Haddad, e, ao tratar da inspeção, não especifica quais são as alterações pensadas por sua campanha para melhorar o atendimento aos donos de veículos, anunciadas por Serra em discurso na sexta-feira passada.

(PAULO GAMA E EVANDRO SPINELLI)

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