Índice geral Poder
Poder
Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Eleições 2012

Disputa em SP tem recorde de eleitores sem candidato

A poucos dias do 2º turno, 19% não declaram voto nem em Haddad nem em Serra

Índice é o dobro do registrado na última eleição, em 2008, quando só 10% não apontavam preferido

DE SÃO PAULO

A dez dias do segundo turno da disputa pela Prefeitura de São Paulo, 19% dos eleitores da cidade dizem não ter candidato. O índice é o maior da história para o período.

Pesquisa Datafolha divulgada ontem mostra que 10% dos eleitores declaram voto branco ou nulo, e indecisos são outros 9%. Fernando Haddad (PT) tem 49% das intenções de voto e José Serra (PSDB) aparece com 32%.

Na eleição anterior, faltando oito dias para a disputa entre Gilberto Kassab (então no DEM) e Marta Suplicy (PT), os que declaravam votar branco, nulo ou diziam estar indecisos eram 10% no total.

O índice mais próximo do atual ocorreu em 2000, quando, a nove dias do segundo turno, 15% dos eleitores afirmavam que não votariam nem em Marta Suplicy (PT) nem em Paulo Maluf (PPB).

Neste ano, a votação no primeiro turno já deu sinais do desgaste da polarização PT x PSDB com o eleitorado paulistano, o que ajuda a explicar os números de paulistanos sem candidato.

Apesar de Haddad e Serra terem ido para o segundo turno, a disputa foi liderada por Celso Russomanno, do nanico PRB, até a reta final.

Além disso, o tucano e o petista receberam juntos os votos de 42,5% de todos os eleitores paulistanos, menor índice da história. O índice dos que não compareceram ou não votaram em nenhum dos candidatos no 1º turno também foi recorde desde 96 -28,9% do eleitorado.

O descontentamento coincide com uma campanha dominada por ataques diretos entre os candidatos, que ocuparam boa parte dos programas de TV e dos debates.

CRONÔMETRO

Apesar de o primeiro debate do segundo turno, realizado anteontem, não ter sido marcado por ataques pessoais, os dois candidatos dedicaram mais tempo a criticar realizações do adversário do que a fazer propostas.

Os dados são de levantamento feito pelo pesquisador Felipe Borba, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, a pedido da Folha.

Segundo o estudo, os dois candidatos investiram 52% do tempo do debate em críticas ao adversário, a suas propostas ou a suas realizações.

O levantamento traz ainda outro cálculo, que mostra o tempo dedicado a políticas públicas ou a construção da imagem do candidato sem referências diretas à administração -menções a biografia ou aliados, por exemplo.

De acordo com o levantamento, prevaleceu o tempo dedicado às políticas públicas (79,8% do total). Ainda assim, a maior parte dele foi consagrada à discussão do passado, que ocupou 53,9% do tempo, e não a propostas para a próxima administração, tratadas em 31,1% do tempo. Isso corresponde a 24,8% do total do debate.

O primeiro bloco com perguntas diretas entre os dois foi exemplo disso: a primeira proposta para a futura gestão só apareceu em sua quarta e última pergunta, quando Haddad disse que traria o Minha Casa, Minha Vida para São Paulo.

Entre os temas discutidos, educação e saúde foram os mais abordados: consumiram 65,2% do tempo dedicado às propostas. Pelas regras, cada candidato falou por 31 minutos e 30 segundos.

Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.