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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010
Crise faz Serra trocar vice e escolher indicado do DEM
Deputado Indio da Costa, 39, foi definido na última hora e não era cotado
Escolha levou em conta
necessidade de crescer
no Rio, 3º maior colégio
eleitoral, e foi definida
com aval do marketing
Fotos Sérgio Lima/Folhapress
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Indio da Costa com José Serra, na coletiva em que o deputado do DEM foi
confirmado na chapa
DE SÃO PAULO
DE BRASÍLIA
Para conter a maior crise
de sua campanha, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, recuou e aceitou, na
madrugada de ontem, a indicação de um democrata para
sua vice: o deputado federal
Indio da Costa (RJ), 39, nunca
antes cogitado para o posto.
Serra transigiu na sigla.
Mas não no nome -o de Indio da Costa, segundo participantes da reunião, foi apresentado por ele ao DEM.
O tucano bateu o martelo
às 14h30 de ontem, em sua
casa, após quatro encontros
que consumiram 16 horas de
negociações com o DEM.
Desde a última sexta-feira
o candidato vinha tentando
convencer o partido aliado a
aceitar o nome do senador
tucano Alvaro Dias (PR),
anunciado para a vaga.
O nome de Indio surgiu de
um perfil traçado na casa de
Serra, na madrugada de ontem, no qual ficou definido
que o vice deveria ser jovem e
com base eleitoral em Minas
Gerais ou no Rio de Janeiro,
os dois maiores colégios eleitorais depois de São Paulo.
Também pesou a favor de
Indio o fato de ter sido relator
do projeto Ficha Limpa.
O coordenador de comunicação da campanha tucana,
Luiz Gonzalez, foi decisivo
para sua escolha.
PADRINHOS
A decisão por um nome
sem expressão nacional e ausente da lista de cotados surpreendeu até íntimos colaboradores de Serra. Logo após a
reunião, tucanos evitavam
detalhar a escolha, produto
de uma aposta na melhoria
de imagem da chapa.
Indio não constava da lista
apresentada pelo DEM. Nela,
figuravam José Carlos Aleluia (BA), Valéria Pires Franco (PA), e Carlos Melles (MG).
Analisados numa reunião
encerrada às 5h20, com a
presença de Aécio Neves, os
nomes de Aleluia e Valéria
foram descartados sob o argumento de que o vice deveria ser do Sudeste.
À tarde, em nova reunião,
Serra sugeriu o nome de Índio, alegando que preferia
um deputado da nova geração. O próprio Indio se disse
surpreendido com a escolha.
Ele estreou na campanha
com um discurso divergente
do adotado por Serra, que
evita atacar o governo Lula.
"Essa candidatura é para
quem quer dizer não ao que
está acontecendo no país",
discursou após ter seu nome
aprovado ontem em Brasília.
A definição aconteceu por
influência de Rodrigo Maia e
de seu pai, o ex-prefeito do
Rio Cesar Maia, que lançou o
deputado na vida pública.
Indio fez um "agradecimento
especial" aos dois.
Serra reconheceu que ficou impraticável para o
PSDB manter Alvaro Dias.
O estopim foi o fato de o irmão dele, Osmar Dias (PDT-PR), ter decidido se candidatar ao governo do Paraná,
dando palanque para Dilma
Rousseff (PT). Ele havia se
comprometido a não disputar caso o irmão fosse vice.
"Tínhamos uma proposta
de alguém preparado, que
envolvia determinada contribuição política no Estado. Isso perdeu vigência. Então
procuramos outro nome",
afirmou Serra, que se disse
"surpreendido" com a posição de Osmar.
O tucano afirmou conhecer Indio "há algum tempo",
embora tenha relatado um
único encontro em que "tiveram a oportunidade de tirar
fotografia" e o classificou como "um político da nova geração, jovem, mas que tem
experiência".
(CATIA SEABRA, BRENO COSTA, ANDREZA MATAIS, RANIER BRAGON E VALDO CRUZ)
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