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Justiça nega pedido de intervenção no DF
Decisão do Supremo por maioria de votos entendeu que medidas contra mensalão do DEM já foram tomadas
Ministros avaliaram que também não seria prudente deixar Lula nomear um interventor no período de eleições
FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal
Federal) negou ontem, por 7
votos a 1, o pedido de intervenção no governo do Distrito Federal feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
A maioria dos ministros
seguiu o entendimento do
presidente do Supremo, Cezar Peluso, relator do caso.
Eles entenderam que o
Executivo e o Legislativo já
tomaram medidas para sanar as irregularidades ocorridas na gestão de José Roberto
Arruda (sem partido) -esquema de pagamento de propina conhecido como o mensalão do DEM.
Para Peluso, a intervenção
só poderia ser autorizada caso o Ministério Público comprovasse "circunstâncias
concretas, não combatidas
ou debeladas", o que, segundo ele, não ocorreu.
Ele foi acompanhado pelos ministros José Antonio
Dias Toffoli, Cármen Lúcia,
Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio
Mello e Celso de Mello.
Os ministros afirmaram
que o pedido da PGR teve a
"função importantíssima" de
deflagrar a reação das instituições do DF contra o esquema de corrupção. Avaliaram,
porém, que não seria prudente deixar o presidente Lula nomear um interventor em
pleno processo eleitoral.
Carlos Ayres Britto foi o
único a defender a necessidade de intervenção. Segundo ele, o esquema ainda pode estar acontecendo.
Ele também afirmou que
as renúncias sucessivas que
ocorreram em Brasília "sinalizam um estado de putrefação institucional". "República é coisa do povo, não é coisa de um grupo, não é coisa
de fulano ou de beltrano."
O procurador-geral da República também colocou em
dúvida a legitimidade da
eleição indireta de abril, vencida pelo atual governador,
Rogério Rosso (PMDB).
Ele afirmou que, um dia
antes da eleição, nove deputados distritais estiveram em
um hotel em Goiânia com estadias pagas por um empresário do ramo imobiliário e
de construção civil do DF.
Segundo Gurgel, 8 dos 13
votos obtidos pelo atual governador foram de deputados ligados ao mensalão.
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