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Filha de ministro nega tráfico de influência
Modelo diz que não fez nenhum pedido em favor do namorado nem se encontrou com executivo do Banco do Brasil
Marina Mantega afirma que trabalha para investidores do Oriente Médio e que não tem contatos no governo
Roberto Stuckert Filho - 7.set.2007/
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A modelo Marina Mantega com seu pai, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília
RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA
A modelo e economista
Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, disse
-em sentido oposto à informação prestada por Paulo
Caffarelli (vice-presidente do
BB)- que não fez nenhum
pedido em benefício de seu
namorado ou da empresa da
família dele, a Gradiente.
Ela contou que representa
grupos financeiros do Oriente Médio, sem nenhuma relação com autoridades do governo federal. A seguir, leia
trechos da entrevista.
Folha - Recebemos a informação de que você manteve reunião com Paulo Caffarelli, do
Banco do Brasil, e pediu algumas providências do banco
sobre problemas na conta de
seu namorado. Isso procede,
ocorreu?
Marina Mantega - Não, não
procede. Não tem nada disso.
Trabalho com o mercado do
Oriente Médio. Gente que está vindo aqui, investindo dinheiro no Brasil. Não tenho
nada a ver com o Banco do
Brasil ou com qualquer instituição do governo.
Você manteve reuniões com
Caffarelli no Banco do Brasil?
Não, eu conheço, sim, o
Caffarelli, mas da época em
que eu trabalhava no mercado financeiro, e saí do mercado dois anos atrás. Eu o conheço, é uma pessoa que trabalha no banco, mas não estive com ele, não conversei
com ele sobre isso. Não procede essa informação.
Em outra situação, você teria
mostrado a ele um amigo...
[interrompendo] Sendo
muito sincera com você: eu
não tenho nenhuma ligação
com eles, com o banco, profissional. Eu trabalho com
Oriente Médio já faz algum
tempo. Eu vivo indo para Dubai, vou e volto, tenho ficado
muito mais tempo lá, até, do
que aqui [Brasil]. Eu ando sumida, eu vou muito para lá.
Vivo fazendo roadshow lá,
estão investindo aqui, e muito, porque hoje em dia a economia está indo muito bem,
o Brasil é super bem visto lá
fora. Eu não trabalho com
pessoas no Brasil. [...]
Não faço mais nada além
disso. Antes eu estava num
mundo mais artístico, não estou mais. E só isso. Não quero
ser bronca com você, nada
disso. Mas, assim, as pessoas
ficam me ligando, querendo
especular se faço isso ou
aquilo. Não faço, gente, não
faço. Não tenho feito nada
com ninguém do governo.
Até que este ano é de eleição, e todo mundo quer tentar conseguir qualquer coisa... Eu não faço, não conheço. Não faço mesmo. Trabalho com mercado lá de fora,
nada a ver com o Brasil.
Que tipo de pedidos são esses
que chegam a você e que você
não aceita? De que gênero?
Não tem nenhum pedido.
É que tem muita gente me ligando, perguntando se eu tenho algum contato, se eu fiz
alguma coisa, se não fiz. Você não é a primeira pessoa
que me liga, entendeu? Eu recebo essas pessoas no Brasil,
uma delegação do Oriente
Médio, que é para investir no
Brasil [...]. Então, se eu tenho
essas pessoas para as quais
eu trabalho já há algum tempo, não tenho por que procurar outros lugares para estar
trabalhando, entendeu?
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