São Paulo, domingo, 01 de agosto de 2010

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Filha de ministro nega tráfico de influência

Modelo diz que não fez nenhum pedido em favor do namorado nem se encontrou com executivo do Banco do Brasil

Marina Mantega afirma que trabalha para investidores do Oriente Médio e que não tem contatos no governo

Roberto Stuckert Filho - 7.set.2007/
A modelo Marina Mantega com seu pai, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em Brasília

RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

A modelo e economista Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, disse -em sentido oposto à informação prestada por Paulo Caffarelli (vice-presidente do BB)- que não fez nenhum pedido em benefício de seu namorado ou da empresa da família dele, a Gradiente. Ela contou que representa grupos financeiros do Oriente Médio, sem nenhuma relação com autoridades do governo federal. A seguir, leia trechos da entrevista.

 

Folha - Recebemos a informação de que você manteve reunião com Paulo Caffarelli, do Banco do Brasil, e pediu algumas providências do banco sobre problemas na conta de seu namorado. Isso procede, ocorreu?
Marina Mantega - Não, não procede. Não tem nada disso. Trabalho com o mercado do Oriente Médio. Gente que está vindo aqui, investindo dinheiro no Brasil. Não tenho nada a ver com o Banco do Brasil ou com qualquer instituição do governo.

Você manteve reuniões com Caffarelli no Banco do Brasil?
Não, eu conheço, sim, o Caffarelli, mas da época em que eu trabalhava no mercado financeiro, e saí do mercado dois anos atrás. Eu o conheço, é uma pessoa que trabalha no banco, mas não estive com ele, não conversei com ele sobre isso. Não procede essa informação.

Em outra situação, você teria mostrado a ele um amigo...
[interrompendo] Sendo muito sincera com você: eu não tenho nenhuma ligação com eles, com o banco, profissional. Eu trabalho com Oriente Médio já faz algum tempo. Eu vivo indo para Dubai, vou e volto, tenho ficado muito mais tempo lá, até, do que aqui [Brasil]. Eu ando sumida, eu vou muito para lá.
Vivo fazendo roadshow lá, estão investindo aqui, e muito, porque hoje em dia a economia está indo muito bem, o Brasil é super bem visto lá fora. Eu não trabalho com pessoas no Brasil. [...]
Não faço mais nada além disso. Antes eu estava num mundo mais artístico, não estou mais. E só isso. Não quero ser bronca com você, nada disso. Mas, assim, as pessoas ficam me ligando, querendo especular se faço isso ou aquilo. Não faço, gente, não faço. Não tenho feito nada com ninguém do governo.
Até que este ano é de eleição, e todo mundo quer tentar conseguir qualquer coisa... Eu não faço, não conheço. Não faço mesmo. Trabalho com mercado lá de fora, nada a ver com o Brasil.

Que tipo de pedidos são esses que chegam a você e que você não aceita? De que gênero?
Não tem nenhum pedido. É que tem muita gente me ligando, perguntando se eu tenho algum contato, se eu fiz alguma coisa, se não fiz. Você não é a primeira pessoa que me liga, entendeu? Eu recebo essas pessoas no Brasil, uma delegação do Oriente Médio, que é para investir no Brasil [...]. Então, se eu tenho essas pessoas para as quais eu trabalho já há algum tempo, não tenho por que procurar outros lugares para estar trabalhando, entendeu?


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