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Filha de Serra teve dados fiscais acessados na Receita
Servidora de Mauá confirma que consultou declaração de IR de Verônica
Fazenda nega violação e
diz que procuração com
assinatura de Verônica
autorizava servidora a
acessar dados sigilosos
LEONARDO SOUZA
MATHEUS LEITÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A filha do candidato a presidente José Serra (PSDB), a
empresária Verônica, teve
seus dados fiscais acessados
na Receita da região do ABC
paulista onde outras quatro
pessoas ligadas ao tucano tiveram seus sigilos violados.
A informação foi confirmada à Folha pela própria servidora que realizou o acesso, a
analista tributária Lúcia de
Fátima Milan. Lúcia disse
que acessou a declaração de
renda a pedido da própria
Verônica e que registrou a solicitação em cartório.
Procurada, Verônica disse
que não vai se manifestar. A
assessoria do PSDB informou, porém, que não houve
autorização para o acesso.
Lúcia foi incluída na segunda-feira como a mais nova investigada pela corregedoria do fisco por supostamente participar de um esquema ilegal de quebra de
dados fiscais na agência do
órgão em Mauá (SP).
A investigação foi aberta
para apurar a violação do sigilo fiscal do vice-presidente
do PSDB, Eduardo Jorge, revelada pela Folha em junho.
Os documentos de EJ, como o tucano é conhecido, integraram um dossiê feito por
um "grupo de inteligência"
da pré-campanha de Dilma
Rousseff (PT). Esse mesmo
grupo também reuniu material sobre operações fiscais
atribuídas a Verônica.
Pela assessoria, o Ministério da Fazenda disse que não
houve quebra de sigilo e que
a corregedoria tem em mãos
procuração supostamente
com a assinatura de Verônica
autorizando o acesso.
Ainda segundo a Fazenda,
se houve algum tipo de fraude no documento, o fato deve
ser apurado pela polícia.
Em Mauá, também foram
violados os dados do ex-ministro no governo FHC Luiz
Carlos Mendonça de Barros,
do ex-diretor do Banco do
Brasil Ricardo Sérgio e de
Gregório Marin Preciado, parente indireto de Serra.
Os acessos aos dados de EJ
e dos outros três ocorreram
todos no dia 8 de outubro de
2009, de forma sequencial.
Segundo a Folha apurou, a
consulta aos dados de Verônica foi dia 30 de setembro.
Além da servidora Lúcia, a
corregedoria da Receita incluiu também mais uma funcionária na lista de suspeitos
-Ana Maria Caroto Cano. A
reportagem não conseguiu
falar com a servidora até a
conclusão desta edição.
A inclusão do nome de Lúcia obriga a corregedoria a
ampliar as investigações.
Seu computador não estava
entre os periciados. Ana Maria já aparecia nas investigações, mas como testemunha.
As duas principais suspeitas da corregedoria, contudo,
continuam a ser a analista
Antônia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva e
a servidora do Serpro cedida
à agência de Mauá Adeildda
Ferreira Leão dos Santos.
A violação do sigilo de EJ e
dos outros três ocorreu no
computador de Adeildda,
mas com a senha de Antônia.
A corregedoria suspeita de
um esquema de venda de dados sigilos de contribuintes
diversos em Mauá, mas, em
representação encaminhada
para Ministério Público Federal, não menciona "propina" ou "balcão de negócios".
Na sexta passada, o corregedor-geral da Receita, Antônio D"Ávila, usou esses termos para afastar a conotação
política da investigação.
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