São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

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Dilma diz que vai "bater à porta" de Lula

Em discurso de 25 minutos, presidente eleita repete slogan de Obama e diz que mulheres também podem governar

Petista definiu como meta a erradicação da miséria e afirmou que vai zelar pela liberdade de imprensa e religiosa

DE BRASÍLIA

Em seu primeiro pronunciamento como presidente eleita, Dilma Rousseff afirmou que vai "bater muito à porta" de Lula, em seu governo, se comprometeu a zelar pelos valores democráticos, como as liberdades de imprensa e religiosa, e estabeleceu como principal meta a erradicação da miséria.
Em 25 minutos de discurso lido, Dilma se emocionou e chorou ao falar de Lula, que há oito anos, ao tomar posse, também elencou a miséria como foco de seu governo.
"Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas."
A uma plateia de 300 aliados, incluindo quase todo o ministério atual, Dilma disse que a tarefa de sucedê-lo é "difícil e desafiadora", mas que avançar em sua "obra".
"Sei que um líder como Lula nunca estará longe de seu povo e de cada um de nós. Baterei muito à sua porta e, tenho certeza, que a encontrarei sempre aberta", disse.
Na parte de agradecimentos, Dilma adaptou o slogan de Barack Obama -"Sim, nos podemos". "Gostaria muito que os pais e mães de meninas olhassem hoje nos olhos delas e lhes dissessem: "Sim, a mulher pode'".
O texto do discurso foi escrito por Dilma, pelo publicitário João Santana, por Antonio Palocci e José Eduardo Dutra.
Ela respondeu à questão religiosa e às críticas de que o PT pretende impor restrições à liberdade de imprensa.
"Zelarei pela mais ampla e irrestrita liberdade de imprensa, pela mais ampla liberdade religiosa e de culto." Ela não leu a parte do discurso que afirmava que não carregaria "nenhum ressentimento" em relação à mídia.
Dilma dedicou boa parte de sua fala à economia -ela chegou ao local da entrevista, um hotel de Brasília, ao lado do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci.
"No curto prazo, não contaremos com a pujança das economias desenvolvidas para impulsionar nosso crescimento", disse ela, que se comprometeu a manter os pilares da política econômica.
A petista se comprometeu a zelar pela "melhoria da qualidade do gasto público", defendeu a autonomia das agências reguladoras e a meritocracia no funcionalismo. Mas disse que não compactua com visões de ajustes que atinjam programas sociais, serviços e investimentos.
Dilma também acenou à oposição, dizendo que não governará olhando a filiação partidária. Mas fez críticas indiretas ao PSDB ao dizer que não alienará riquezas para "deixar ao povo só migalhas", sobre o pré-sal.

FOLHA.com
Leia a íntegra do discurso
folha.com.br/po823569


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