São Paulo, segunda-feira, 01 de novembro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

DISTRITO FEDERAL

PT reassume DF com discurso de mudança

Baiano de Itapetinga, Agnelo Queiroz viu principais adversários sucumbirem a denúncias durante o processo eleitoral

Ex-ministro do Esporte no governo Lula, petista obteve 66,1% dos votos, diante de 33,9% dados a Weslian Roriz (PSC)

FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O eleitor do Distrito Federal escolheu ontem o petista Agnelo Queiroz para assumir o cargo a partir de 2011.
Ele teve 66,1% dos votos, enquanto Weslian Roriz (PSC) ficou com 33,9%.
Agnelo foi eleito numa ampla aliança de partidos de esquerda e centro, nos moldes da chapa de Dilma Rousseff.
Ele se aliou ao PMDB, um rival histórico em Brasília, contra a coligação formada por PSC, DEM e PSDB.
"Essa eleição começou com um descrédito muito grande por parte do eleitor, que trabalhamos para transformar em esperança", disse.
Baiano de Itapetinga, Agnelo tem 51 anos e é médico. Foi deputado por quatro vezes e ministro do Esporte no primeiro mandato do presidente Lula. Em 2006, deixou o governo para disputar o Senado contra Joaquim Roriz, que venceu e depois renunciou, o que resultou na inelegibilidade neste ano por conta da lei da Ficha Limpa.
O projeto para se lançar governador começou em 2008, quando deixou o PC do B para se filiar ao PT, partido que já havia governado o DF entre 1995 e 1998 com Cristóvan Buarque, hoje no PDT.
A eleição de Agnelo foi o resultado de diversas reviravoltas na política distrital.
Um ano atrás, o favorito era o então governador José Roberto Arruda (ex-DEM), abatido pela operação Caixa de Pandora, que revelou o mensalão do DEM. Restou, como principal adversário, Joaquim Roriz. Mas de novo Agnelo contou com a sorte: o ex-governador acabou barrado pela lei da Ficha Limpa.
Sobrou Weslian, mulher Roriz. Ela entrou na disputa a nove dias do primeiro turno.
Agnelo grudou sua imagem à de Lula. Foi eleito com o discurso da "mudança", apesar de ter como vice Tadeu Filippelli (PMDB), ex-aliado de Arruda e de Roriz.
O governador eleito tem como principal bandeira mudar o sistema de saúde do DF. Diz que acumulará o cargo de secretário da área nos três primeiros meses de 2011.
Sua vitória marca a primeira derrota do rorizismo em Brasília. Com nome e foto na urna, Roriz perdeu uma eleição pela primeira vez em sua trajetória política. Ele só poderá voltar a disputar uma eleição em 2026, aos 90 anos.
Roriz foi governador por 14 anos, somando seus mandatos. Assim como aconteceu com Weslian, ele terá que terceirizar para sua família a tarefa de ser oposição. As filhas Jaqueline e Liliane foram eleitas deputada federal e distrital, respectivamente.


Texto Anterior: O contrapeso tucano
Próximo Texto: Goiás: Desafeto de Lula volta ao comando de Goiás
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.