São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2010

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Cardozo atua para conciliar PT e PMDB

Deputado, que integrará a transição, diz que vice eleito, Michel Temer, terá papel "ativo" na formação de governo

Petista, que não tentou reeleição para a Câmara e é cotado para Justiça, desconversa sobre posto que ocupará no governo

DE BRASÍLIA

Um dos coordenadores da equipe de transição da presidente eleita Dilma Rousseff, o deputado federal José Eduardo Cardozo, 51, assumiu o papel de buscar uma conciliação entre PT e PMDB.
Ele evita dizer se a presidência da Câmara, alvo de disputa entre os dois partidos, pode ser colocada no pacote de negociação de espaço no futuro governo, para evitar disputa aberta.
Deputado federal com dois mandatos, Cardozo não se candidatou à reeleição. Alçado à coordenação de campanha graças à proximidade que sempre teve com Dilma, hoje é cotado para o Ministério da Justiça. "Não tenho ideia do que acontecerá comigo", desconversa. (RANIER BRAGON)

 

Folha - Michel Temer foi incluído na coordenação da transição. Houve pressão ou reclamação do PMDB?

José Eduardo Cardozo -
Não recebemos nenhuma reclamação do PMDB. O Michel é o vice eleito e é absolutamente natural que ele esteja integrado à transição.

Já que o sr. e o presidente do PT, José Eduardo Dutra, vão cuidar da área política e Antonio Palocci, da técnica, Temer não será uma espécie de rainha da Inglaterra?
De forma nenhuma. A ideia é que ele tenha uma posição ativa. Foi um convite da ministra Dilma, até porque ele é vice-presidente da República, e é importante sua presença. Não se trata de composição partidária.

A divisão partidária será similar à do governo Lula?
Estamos iniciando um processo de diálogo. O que posso dizer é que acredito em uma situação de entendimento, como tivemos durante a campanha.

A disputa entre PT e PMDB pela presidência da Câmara pode entrar na divisão?
Vamos ter que analisar isso. Qualquer postura nossa, dizendo vai entrar isso, vai entrar aquilo, seria autoritária. Queremos ter uma conversa franca, ouvindo todos.

O sr. não se candidatou à reeleição, mas está cotado para o Ministério da Justiça.
Não tenho a menor ideia do que acontecerá comigo. A presidente eleita não deu nenhuma indicação de como iria compor sua equipe. Seria deselegante da minha parte fazer qualquer afirmação sobre algo que não existe.

Há pastas "inegociáveis"?
Não discutimos isso com a presidente Dilma, mas é natural que ela defina sobre que cargos gostaria de ter respeitadas as indicações e os que ela própria gostaria de ter uma avaliação.


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