São Paulo, sábado, 04 de setembro de 2010

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Para procurador, não há prova de conexão eleitoral

DE BRASÍLIA

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse ontem que o vazamento de informações sigilosas da Receita é algo "extremamente grave", mas que o Ministério Público não irá investigar o caso "a reboque das paixões do período eleitoral".
"Não há dúvida de que é um caso de crime", afirmou Gurgel. "O Ministério Público, desde o primeiro momento, requisitou a instalação de inquérito policial", disse o procurador-geral.
"Mas o Ministério Público não pode agir a reboque das paixões do período eleitoral. O Ministério Público agirá no tempo do Ministério Público", disse.
"Em tese, o fato de algumas informações terem sido vazadas no ano passado afastaria a motivação eleitoral por trás disso", acrescentou Gurgel.
Mas o procurador-geral disse que "só a investigação vai definir se os vazamentos têm fins eleitorais".
O procurador-geral participou ontem da posse do novo presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro Ari Pargendler. Ele assumiu o cargo no lugar do colega Cesar Asfor Rocha.

POLÍCIA FEDERAL
Também presente na cerimônia, o ministro Luiz Paulo Barreto (Justiça) disse que os responsáveis pelo vazamento de informações da Receita Federal serão punidos e que a Polícia Federal está "empenhada" em desvendar o caso.
"Qualquer responsável por quebra de qualquer que seja o direito vai sofrer a respectiva punição", disse o ministro da Justiça.
"A PF está empenhada, está com determinação para promover esse trabalho [de investigar quem são os responsáveis pelos vazamentos]", afirmou ele.
Barreto evitou fazer análises sobre o motivo de as informações terem sido vazadas e disse que qualquer atitude da PF será tomada "em seu tempo correto".
"É muito difícil falar qualquer coisa antes de uma apuração. Não quero fazer juízo de valor. A PF, em qualquer investigação, tem o seu tempo correto", afirmou o ministro.
(FELIPE SELIGMAN)


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