São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Após reeleição, Agripino volta a criticar Lula

LUCAS FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A NATAL

O senador José Agripino Maia (DEM) sai destas eleições como uma espécie rara. Ao contrário de colegas oposicionistas derrotados nas urnas, conseguiu se reeleger no Rio Grande do Norte, Estado onde Lula e sua candidata Dilma Rousseff (PT) são muito bem avaliados.
Além da completa ausência de críticas ao presidente Lula na campanha, um dos políticos mais críticos ao governo Lula credita a outros dois aspectos a vitória: uma coligação "pluripartidária", "feita com pessoas certas", e um trabalho de marketing eficiente.
Sua coligação era formada pela governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM) e por Garibaldi Alves Filho (PMDB), outro senador que conseguiu se reeleger.
Mas foi só terminar a eleição para Agripino voltar suas críticas ao presidente. "Na verdade, o povo potiguar se indignou contra o presidente", disse. "Ele [Lula], novamente, colocou a digital em uma derrota que não tinha nada a ver", completou.
Ele refere-se à participação do presidente na propaganda de candidatos governistas no Rio Grande do Norte, onde Lula, explicitamente, pede votos para derrotar Agripino.
Neste ano, contudo, Lula não pisou no Estado, como fez em 2008 durante a campanha para a prefeitura de Natal. À época, o presidente fez duras críticas a Micarla de Sousa (PV), aliada de Agripino que virou a disputa e foi eleita no primeiro turno.

DERROTAS
Agripino diz que seria "superficial" dizer que o motivo da derrota de senadores oposicionistas -casos de Tasso Jereissati (CE), Arthur Virgílio (AM), Marco Maciel (PE), Heráclito Fortes (PI) e Efraim Morais (PB)- foi fazer oposição ao governo Lula. "Em cada Estado há uma peculiaridade", afirma.
Agora, no segundo turno da disputa presidencial, o senador garante que vai se engajar na campanha de José Serra (PSDB), o que não aconteceu no primeiro, conta ele, para neutralizar a força de Lula no Estado.
"Agora teremos uma eleição nacional, será diferente", afirmou, reconhecendo, contudo, a "difícil" situação do tucano no Nordeste.
No Rio Grande do Norte, Dilma venceu Serra por 51,76% a 28,14%. A candidata do PV, Marina Silva, teve 19,16%.


Texto Anterior: Ex-cara-pintada será o mais jovem da Casa
Próximo Texto: Jereissati anuncia fim da carreira política
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.