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Após reeleição, Agripino volta a criticar Lula
LUCAS FERRAZ
ENVIADO ESPECIAL A NATAL
O senador José Agripino
Maia (DEM) sai destas eleições como uma espécie rara.
Ao contrário de colegas oposicionistas derrotados nas
urnas, conseguiu se reeleger
no Rio Grande do Norte, Estado onde Lula e sua candidata
Dilma Rousseff (PT) são muito bem avaliados.
Além da completa ausência de críticas ao presidente
Lula na campanha, um dos
políticos mais críticos ao governo Lula credita a outros
dois aspectos a vitória: uma
coligação "pluripartidária",
"feita com pessoas certas", e
um trabalho de marketing
eficiente.
Sua coligação era formada
pela governadora eleita Rosalba Ciarlini (DEM) e por Garibaldi Alves Filho (PMDB),
outro senador que conseguiu
se reeleger.
Mas foi só terminar a eleição para Agripino voltar suas
críticas ao presidente. "Na
verdade, o povo potiguar se
indignou contra o presidente", disse. "Ele [Lula], novamente, colocou a digital em
uma derrota que não tinha
nada a ver", completou.
Ele refere-se à participação
do presidente na propaganda de candidatos governistas
no Rio Grande do Norte, onde
Lula, explicitamente, pede
votos para derrotar Agripino.
Neste ano, contudo, Lula
não pisou no Estado, como
fez em 2008 durante a campanha para a prefeitura de
Natal. À época, o presidente
fez duras críticas a Micarla de
Sousa (PV), aliada de Agripino que virou a disputa e foi
eleita no primeiro turno.
DERROTAS
Agripino diz que seria "superficial" dizer que o motivo
da derrota de senadores oposicionistas -casos de Tasso
Jereissati (CE), Arthur Virgílio (AM), Marco Maciel (PE),
Heráclito Fortes (PI) e Efraim
Morais (PB)- foi fazer oposição ao governo Lula. "Em cada Estado há uma peculiaridade", afirma.
Agora, no segundo turno
da disputa presidencial, o senador garante que vai se engajar na campanha de José
Serra (PSDB), o que não
aconteceu no primeiro, conta
ele, para neutralizar a força
de Lula no Estado.
"Agora teremos uma eleição nacional, será diferente", afirmou, reconhecendo,
contudo, a "difícil" situação
do tucano no Nordeste.
No Rio Grande do Norte,
Dilma venceu Serra por
51,76% a 28,14%. A candidata do PV, Marina Silva, teve
19,16%.
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