São Paulo, terça-feira, 05 de outubro de 2010

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Não existe carlismo sem ACM, diz Wagner

Reeleito governador da Bahia com ampla vantagem, petista diz não sentir prazer em não ter oposição no Estado

Para Jaques Wagner, identificação de seu projeto político com o presidente Lula é óbvia e sai da urna fortalecido

MATHEUS MAGENTA
DE SALVADOR

O governador reeleito da Bahia, Jaques Wagner (PT), disse não ter prazer em "não ter oposição", apesar do fortalecimento de seu grupo político. Neste ano, foram eleitos dois aliados no Senado, a maioria na Assembleia Legislativa e o dobro da bancada federal, em relação a 2006.
O DEM, que comandou a Bahia por 16 anos seguidos, perdeu uma cadeira no Senado e elegeu um terço dos deputados estaduais de 2006. Em entrevista à Folha por telefone, ele disse ainda que não há carlismo sem o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), morto em 2007.

 

FOLHA - O senhor aumentou a base aliada de deputados federais, estaduais e senadores. Como fica o carlismo e a oposição agora no Estado?
JAQUES WAGNER -
Não tem carlismo sem o senador Antonio Carlos [Magalhães (DEM), morto em 2007]. Era uma concepção de poder diferente da minha, que era mais dura, absoluta e totalitária. Eu botei as minhas fichas num projeto antagônico, de diálogo e transparência. A nova hegemonia é nesse sentido. Eu não tenho pra prazer em não ter oposição.

Adversários políticos atribuem a vitória do senhor ao presidente Lula e aos investimentos do governo federal. O que o senhor acha disso?
Cada um explica a vitória e a derrota como quiser. As pessoas precisam saber qual é a crítica que querem fazer.
Ora dizem que eu não trago investimentos pro Estado, ora eu só ganhei por conta disso. Eu defendo um projeto de governo, tanto na hora boa quanto na hora ruim. Na hora do mensalão, eu estava ao lado do presidente. Então, é óbvia a identificação do projeto que eu defendo com o presidente Lula.

Além da acomodação de novos aliados, quais serão as principais mudanças no próximo mandato?
Evidente que não tenho um novo projeto político, mas sim uma continuidade do projeto apresentado em 2006. Vamos acelerar e aprofundar o foco social, na geração de empregos, no apoio à agricultura familiar. A máquina está bem mais azeitada, ninguém vai virar de ponta-cabeça o governo.

Haverá uma migração dos votos da ex-ministra Marina Silva (PV) para Dilma Rousseff, no segundo turno?
O povo vai com a sua primeira opção e em geral já carrega a sua segunda opção na cabeça. Fala-se muito se fulano vai vir apoiar ou não outro candidato, mas o povo quer cada vez menos intermediários na eleição presidencial.


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