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Desigualdade tira pontos do Brasil em ranking do IDH
Índice perde 27,2% quando ajustado pela distribuição de renda, educação e saúde
Brasil ocupa 73ª posição entre 169 países em lista divulgada pela ONU, atrás de Chile e Peru; Noruega lidera
CLAUDIA ANTUNES
DO RIO
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
O Brasil perde mais de um
quarto de sua pontuação no
Índice de Desenvolvimento
Humano, da ONU, quando o
indicador é ajustado para
contabilizar a desigualdade
na distribuição de renda,
educação e saúde.
Segundo o relatório 2010
do Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), o IDH brasileiro é
de 0,699 -quanto mais próximo de 1, melhor. No entanto, o índice ajustado pela desigualdade, chamado de
IDH-D, é de 0,509 -uma redução de 27,2%.
O relatório, o 20º da série,
foi intitulado "A Verdadeira
Riqueza das Nações" -referência irônica à obra de
Adam Smith (1723-1790) sobre o livre mercado.
Levando em conta o IDH
sem desconto da desigualdade, o Brasil fica na 73ª posição num ranking de 169 países, liderado pela Noruega e
com o Zimbábue em último.
É classificado entre os 42 países com "desenvolvimento
humano elevado", mas fica
atrás de sete latino-americanos, entre eles Chile e Peru.
O relatório não traz um
ranking do IDH-D, calculado
só para 139 dos 169 países,
mas projeta que o Brasil perderia 15 pontos em sua colocação na lista do IDH se desigualdade fosse considerada.
"NOVO IDH"
Variáveis de cálculo do
IDH foram modificadas. Foi
mantida a expectativa de vida como variável de saúde,
mas, na educação, taxas de
alfabetização e matrícula foram substituídas por anos
médios de estudo de pessoas
com 25 anos ou mais e anos
esperados de escolaridade.
Na renda, o PIB per capita
foi trocado pela Renda Nacional Bruta per capita, que leva
em conta remessas e ajuda
ao desenvolvimento. Portanto, o IDH deste ano não é
comparável aos anteriores.
Usando a metodologia do
"novo IDH", foi calculado o
índice do Brasil a partir de
2000. No período, o país teve
avanço anual de 0,73%, superior ao da maioria.
Em relação a 2009, o Brasil
subiu quatro pontos, mais do
que qualquer outro dos 169
países -a maioria ficou estagnada. Mas sua 73ª posição
é a mesma de 2005, o que
mostra a flutuação na lista.
O IDH brasileiro levou em
conta 7,2 anos médios de estudo, 13,8 anos esperados de
escolaridade, expectativa de
vida de 72,9 anos e Renda Nacional Bruta per capita de
US$ 10.607 ajustados pelo
poder de compra. Flávio Comim, coordenador do relatório no Brasil, defendeu atenção à educação.
A perda brasileira entre o
IDH e o IDH-D, de 27,2%, é
maior do que a média mundial (21,7%) e latino-americana (25,1%), mas inferior às do
sul da Ásia (30,2%) e da África subsaariana (32,8%).
O relatório afirma, no entanto, que a queda no IDH
brasileiro quando a desigualdade é considerada vem
caindo -era de 31% em 2000
e de 28,5% em 2005.
Entre os 42 países de "desenvolvimento humano muito alto", EUA, Coreia do Sul e
Israel estão entre os que mais
perdem na proporção entre o
IDH e o IDH-D, e a República
Tcheca é a mais igualitária. A
China, no grupo de "desenvolvimento humano médio",
perde 23%. Namíbia e Moçambique lideram perdas.
GÊNERO
O relatório também traz o
IDG (Índice de Desigualdade
de Gênero). Apesar de ter
mais mulheres (48,8%) que
homens (46,3%) adultos com
ensino médio completo, o
Brasil perde 63% do IDH geral devido a itens como mortalidade no parto e presença
feminina no Legislativo.
No IDG, o país está em 80º
lugar entre 138 países.
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