São Paulo, quarta-feira, 06 de outubro de 2010

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Genro de Ayres Britto deixa de atuar em causas no STF

Atuação de Adriano Borges na corte impedia ministro de manifestar voto

Britto, que nega relação profissional com o advogado, pediu que ele seja investigado pelo Ministério Público

MATHEUS LEITÃO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA

O advogado Adriano Borges, genro do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto, desistiu ontem de todos os processos em que atua como advogado na Corte e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A mesma decisão foi tomada por sua mulher e sócia em escritório, Adriele Britto.
Em vídeo gravado pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC-DF), Borges tentou negociar um contrato que, na prática, impediria Ayres Britto de julgar a Lei da Ficha Limpa. O julgamento empatou em 5 a 5 e Britto votou contra Roriz.
Após o empate, Roriz desistiu de sua candidatura ao governo do DF, indicando sua mulher, Weslian (PSC). Weslian está no segundo turno com Agnelo Queiroz (PT).
No site do STF, Borges aparecia como advogado em pelo menos sete processos. Apesar de ter anunciado que renunciou a todos, ele ainda permanecia na noite de ontem como advogado no inquérito em que o senador cassado e candidato ao governo de Roraima, Expedito Júnior (PSDB), é investigado.
Borges cita o nome do Expedito na conversa filmada por Roriz. O advogado afirma que cobrou R$ 4,5 milhões para defende-lo na tentativa de estabelecer um parâmetro de preço para trabalhar para o ex-governador no caso da Lei da Ficha Limpa.
Ainda conforme o andamento processual do site do STF, Borges, desde segunda-feira, já havia saído oficialmente de outro caso, o dos magistrados suspeitos de desvio de cerca de R$ 1,4 milhão do Tribunal de Justiça do Mato Grosso. Eles foram aposentados pelo Conselho Nacional de Justiça e recorreram da decisão no STF.
A assessoria de Borges explicou que o sistema do STF ainda não deve ter atualizado sua saída. O advogado informou ainda, também pela assessoria, que decidiu renunciar aos processos para evitar "constrangimento" nos tribunais superiores.
A pedido de Britto, que nega relação profissional com Borges, ele passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal. A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) também apura desvio ético.


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