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Genro de Ayres Britto deixa de atuar em causas no STF
Atuação de Adriano Borges na corte impedia ministro de manifestar voto
Britto, que nega relação profissional com o advogado, pediu que ele seja investigado pelo Ministério Público
MATHEUS LEITÃO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O advogado Adriano Borges, genro do ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto,
desistiu ontem de todos os
processos em que atua como
advogado na Corte e no TSE
(Tribunal Superior Eleitoral).
A mesma decisão foi tomada por sua mulher e sócia em
escritório, Adriele Britto.
Em vídeo gravado pelo ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC-DF),
Borges tentou negociar um
contrato que, na prática, impediria Ayres Britto de julgar
a Lei da Ficha Limpa. O julgamento empatou em 5 a 5 e
Britto votou contra Roriz.
Após o empate, Roriz desistiu de sua candidatura ao
governo do DF, indicando
sua mulher, Weslian (PSC).
Weslian está no segundo turno com Agnelo Queiroz (PT).
No site do STF, Borges aparecia como advogado em pelo menos sete processos.
Apesar de ter anunciado que
renunciou a todos, ele ainda
permanecia na noite de ontem como advogado no inquérito em que o senador
cassado e candidato ao governo de Roraima, Expedito
Júnior (PSDB), é investigado.
Borges cita o nome do Expedito na conversa filmada
por Roriz. O advogado afirma
que cobrou R$ 4,5 milhões
para defende-lo na tentativa
de estabelecer um parâmetro
de preço para trabalhar para
o ex-governador no caso da
Lei da Ficha Limpa.
Ainda conforme o andamento processual do site do
STF, Borges, desde segunda-feira, já havia saído oficialmente de outro caso, o dos
magistrados suspeitos de
desvio de cerca de R$ 1,4 milhão do Tribunal de Justiça
do Mato Grosso. Eles foram
aposentados pelo Conselho
Nacional de Justiça e recorreram da decisão no STF.
A assessoria de Borges explicou que o sistema do STF
ainda não deve ter atualizado sua saída. O advogado informou ainda, também pela
assessoria, que decidiu renunciar aos processos para
evitar "constrangimento"
nos tribunais superiores.
A pedido de Britto, que nega relação profissional com
Borges, ele passou a ser investigado pelo Ministério Público Federal. A OAB (Ordem
dos Advogados do Brasil)
também apura desvio ético.
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