|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
Candidatos precisam passar por "purgação", avalia derrotada
CLAUDIO ANGELO
DE BRASÍLIA
Marina Silva, a noiva mais
cobiçada da República, não
pretende se deixar conquistar pela primeira cantada.
A estratégia da verde para
definir seu apoio no segundo
turno envolve fazer Dilma e
Serra passarem por uma espécie de "purgação pública",
expondo ao eleitor programas de governo e ideias que,
segundo ela, estiveram ausentes do debate até agora.
Marina diz que, como os
seus 20 milhões de votos não
são dela, mas do eleitor, é ele
quem terá de decidir qual é a
melhor proposta.
Ela desautorizou o núcleo
de sua campanha a negociar
cargos com PT e PSDB, mas
seu comitê prepara uma série
de pontos para o "debate de
ideias" que gostaria de ver
expostos pelos candidatos.
Isso envolveria trocar
apoio por modificações em
propostas dilmistas e serristas que tornem as candidaturas mais palatáveis ao programa de governo verde.
"A questão central não é
um ponto específico, mas o
conjunto", afirma Tasso Azevedo, um dos coordenadores
do programa de Marina. "Ela
fala, por exemplo, em aumentar a renovabilidade da
matriz energética. Isso é muito mais amplo do que construir X usinas eólicas."
Além da área de energia,
há outros setores sensíveis
sobre os quais Marina quer
ouvir os ex-concorrentes. Um
deles é transparência no governo. Ela visava aplicar à
gestão pública uma estratégia análoga à que criou quando ministra para monitorar a
Amazônia: um sistema em
tempo real com acompanhamento público pela internet.
Isso se aplicaria à execução de contratos do governo,
que hoje são uma caixa-preta. Ela também defende que o
Siafi, o sistema de acompanhamento dos gastos públicos, seja totalmente aberto.
"A ideia é provocar os dois
[Dilma e Serra] a discutir propostas", diz Azevedo.
Texto Anterior: Frases Próximo Texto: Não sou ambientalista de "última hora", afirma Serra Índice | Comunicar Erros
|