FILIPE COUTINHO
DE BRASÍLIA

O palhaço Tiririca (PR) e o deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT) carregam juntos os títulos de deputados mais votados do país.
Se Tiririca se consagrou com 1,3 milhão de votos, Reguffe foi o "campeão proporcional", escolhido por 18,9% dos eleitores de Brasília. Na teoria, é como se Reguffe tivesse o triplo de votos de Tiririca -que teve 6,3% em SP.
"Nem no meu melhor sonho conseguiria imaginar isso. Só conseguia chorar."
O desempenho de Reguffe deve-se, em parte, ao mensalão do DEM, que abalou a política distrital e o lançou como o "candidato da ética".
Fez oposição ao ex-governador José Roberto Arruda, acusado de ser chefe do mensalão do DF, e apoia o candidato ao governo Agnelo Queiroz (PT), que tem em sua chapa acusados de envolvimento no esquema.
O deputado, entretanto, pediu para sair da CPI da Corrupção, instalada justamente para investigar o mensalão que ele tanto criticou. À época, alegou que os deputados distritais não tinham legitimidade para a investigação, que no fim pediu o indiciamento dos ex-governadores Arruda e Joaquim Roriz.
Reeleito com 226.465 votos, Reguffe é classificado pelos colegas como um "samba de uma nota só".
Tem como principal bandeira a redução de gastos públicos e calcula ter economizado R$ 1,4 milhão como deputado distrital, com a devolução do 14º e 15º salários, além de reduzir verbas de gabinete. Agora, ele pretende exportar para a Câmara a mesma proposta.


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