São Paulo, terça-feira, 07 de junho de 2011

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OS NEGÓCIOS DO MINISTRO

Aliados do governo pedem afastamento imediato de Palocci

Para Força Sindical, ligada ao PDT, situação do ministro está se "deteriorando'; PC do B cobra solução para crise

No Congresso, oposição conquistou 20 das 27 assinaturas necessárias para instalar CPI no Senado sobre petista

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO


Em uma semana decisiva para seu futuro no governo, o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, enfrenta críticas crescentes de aliados do Planalto e vê aumentar seu isolamento.
A Força Sindical, o PC do B e políticos governistas elevaram o tom das cobranças ao ministro, que há três semanas está no centro de uma crise após a revelação, feita pela Folha, da multiplicação de seu patrimônio.
Ligada ao governista PDT, a Força Sindical pediu o "afastamento imediato" do titular da Casa Civil.
Na nota divulgada ontem, a central sindical, presidida pelo deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), afirma que a credibilidade do ministro está se "deteriorando".
Diz ainda que a sociedade vê com "ceticismo" as explicações do titular da Casa Civil, mesmo depois de entrevistas na última sexta-feira à Folha e ao "Jornal Nacional", na TV Globo.
Palocci não revelou quem foram seus clientes nem quais serviços prestou a essas empresas.
O PDT participa do governo Dilma no Ministério do Trabalho, ocupado pelo presidente licenciado da legenda, Carlos Lupi.
Outro partido com assento na Esplanada, o PC do B, em texto divulgado em seu site, exige que o governo saia da paralisia e resolva a crise.
Sem pedir a saída de Palocci, a legenda afirma que o ministro não explicou "satisfatoriamente" as acusações de enriquecimento.
A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), disse que Palocci deve ter "discernimento" de deixar o cargo se não conseguir se explicar.
O afastamento do ministro também foi pedido pelo presidente do PT gaúcho, Raul Pont, na semana passada.

CHANCE DE CPI
No Congresso, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) proposta pela oposição ganhou força ontem com a assinatura da senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS). Ela integra a base aliada do governo Dilma.
A senadora disse que não ficou satisfeita com as explicações de Palocci e afirmou que a Procuradoria está "demorando muito" para se posicionar sobre o caso.
Com ela, os oposicionistas reuniram 20 das 27 assinaturas para que a comissão seja instalada no Senado.
Os senadores Cristovam Buarque (DF) e Pedro Taques (MT), do PDT, disseram que vão a CPI caso Palocci não vá ao Senado falar sobre seus negócios como consultor.


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